inspiração Poesia me
inspiração Poesia me alimenta Fotos: Divulgação e Arquivo Pessoal “Descobrir um novo caminho; enfronhar-me no sonho; asfixiar o óbvio; e matar a sede da curiosidade” Georgia Guerra Peixe Especial para o PROPMARK poesia sempre me levou a lugares A imagéticos não tangíveis. Minhas fotos, meus “instantes roubados”, tangibilizam poesias reais em histórias estáticas. Por onde olho quando caminho é um projeto de fotografia, em P&B, que funciona como um alargador do meu olhar. Uma espécie de fé na jornada do ver. É traduzir os desconhecidos em íntimos e humanos queridos. Fiz uma foto (última foto acima à direita) em um ônibus em Lisboa. Olhei para a mulher que, orgulhosa, oscilava os dedos com carinho sobre uma manta. A manta cobria o carrinho de um bebê. Seu olhar tinha a mesma delicadeza de suas mãos. Tudo nessa mulher era conforto, aconchego e amor. Não sei seu nome, mas conheço esse sentimento. Fiz um clique quando saía de Ouro Preto. Ao terminar de abastecer o carro, vejo esse senhor elegante ladeira acima, levando sua vida. Fotografar para mim é: um clique, uma história. “Se suas fotos não estão boas o suficiente, você não está perto o suficiente”. Robert Capa. Minha inspiração é Robert Capa, um dos maiores fotógrafos de guerra da história. Suas fotos têm o impacto de um instante. A poesia exercita minha alma e a fotografia congela momentos para muito além das histórias. Mas é no cinema, publicitário ou não, onde encontro minha expressão de coragem; minha arte, minha paixão, meu delicioso ofício. O cinema me permite investigar, interagir, sem a obsessão por uma resposta. É o lugar de sonhos. “Cinema não tem fronteiras nem limites e é um fluxo constante de sonho”. Orson Welles No entanto, preciso da poesia, da fotografia, da música, das artes visuais, para ser a diretora inquieta que sou. Essa multiplicação de informação ao meu redor me leva a lugares diferentes. Uma das cineastas que mais me inspi- ram por se movimentar de forma multidisciplinar e ser genial na maneira como conta suas histórias é Agnès Varda. Ela revolucionou o cinema francês e a imagem da mulher atrás das câmeras. Seu estilo de filme era puro realismo documental, comumente trabalhando com não atores, característica incomum para sua época. Seu último filme: Varda por Agnès é imperdível! Varda se apresenta “nua”, expondo seu processo de criação cinematográfico com uma energia e uma verdade que emocionam. Agnès era cineasta, artista plástica, fotógrafa e roteirista; sempre bebeu de múltiplas manifestações artísticas para expressar seu trabalho. Para mim, ela é pura inspiração. Acredito na força da soma das influências. Entendo que os ambientes criativos devam ser habitados por diferentes expressões artísticas para que novos ares transbordem as criações. Georgia Guerra Peixe é sócia e diretora de cena da produtora Café Royal 18 16 de dezembro de 2019 - jornal propmark
45º Prêmio ABERJE O prêmio, entregue pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, é dado a veículos que se destacam na sua área de atuação. Em um ano em que o Estadão deu início à sua transformação digital, a ABERJE premia o jornal de 144 anos por “preservar o jornalismo como uma instituição indispensável da democracia” e, ao mesmo tempo, propor mudança de cultura na redação para adaptá-la às novas demandas dos leitores. Parabéns aos profissionais que fazem do jornalismo de qualidade a marca registrada do Estadão e agradecemos aos nossos leitores pela confiança! Saiba mais em
