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edição de 1º de agosto de 2016

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STORYTELLER O prefeito e

STORYTELLER O prefeito e o marqueteiro Todos os personagens são fictícios e nascidos da doentia imaginação do cronista lula vieira Antes de mais nada, preciso esclarecer que esta é uma obra de ficção, sem nenhuma relação com a verdade. Todos os personagens são fictícios e nascidos exclusivamente da doentia imaginação do cronista, cuja preocupação com a realidade dos fatos é quase nenhuma. Até porque qualquer leitor de mediana inteligência – e os meus são de sagacidade exemplar – vai perceber que não seria possível acontecer nada do que aqui será narrado. Vai lá, abrindo as necessárias aspas para marcar o início da história. Era uma vez uma cidade que tinha um alcaide bastante empreendedor, de grandes ambições políticas. Era jovem, razoavelmente bem educado, de fina estampa, como se dizia antigamente. Um bom político, de grande futuro. Conseguiu fama de trabalhador incansável, graças às histórias que seus assessores contavam para os jornalistas sobre telefonemas e e-mails passados por ele durante a madrugada, inspeções de obras no início da manhã e permanentes cobranças à equipe, de preferência quando houvesse plateia. Ele era uma promissora promessa. Tinha, porém, um defeito: uma certa incontinência verbal, caracterizada pela total incapacidade de parar de falar, de fazer chistes em qualquer situação, o que é ótimo num companheiro de bar, mas pode ser muito perigoso para um político, ainda mais o representante de uma cidade inteira, por mais chistosa e folgazã que sua população possa ser. Vai daí que num dia aziago o tal prefeito exagerou na falastrice. Fez uma piada incontornável, dizendo que uma cidade vizinha era habitada exclusivamente por mulheres carecas e rapazes cabeludos. Evidentemente o seu colega burgomestre da tal cidade aproveitou a deixa e, como se faz tradicionalmente, transformou a piada de mau gosto em questão de honra. Declarou guerra, conclamando a população a se unir para repudiar a aleivosia. Tudo que um governador inapto precisa é um inimigo externo. Basta se lembrar das Malvinas. E botou a boca no trombone, repercutindo o dito infeliz. Pois bem, a popularidade do nosso personagem principal despencou. Preocupado, ainda mais porque as eleições se aproximavam, chamou sua turma de conselheiros para ver se havia uma saída. Ninguém na frente dele iria ter coragem de dizer: calar a porra da boca. Mas um marqueteiro – brilhante por sinal – teve uma ideia que de início pareceu arriscada, mas, aos poucos, foi sendo aceita. Falar mais ainda disparates, gracinhas, trocadilhos, jogos de palavras, se possível piadas politicamente incorretas. Chamou-se de “efeito Bussunda”, referindo-se ao fato de que o falecido comediante dizia tanta besteira que ganhou com o tempo uma espécie de salvo-conduto. Bussunda falava mal de viado, sapatão, petista, general, padre, funcionário público e professor da PUC, mas nunca ninguém reclamou. Como disse outro assessor “as besteiras, quando são muitas, se diluem e perdem o impacto”. Como não havia outro jeito, partiram para a prática, o que, convenhamos, não custou muito esforço ao prefeito. Logo depois, houve um problema qualquer com uns holandeses e ele disse que o pessoal da Holanda deveria “mamar na vaca”. Numa crise hídrica que secou torneiras de quase toda a cidade, ele chamou a imprensa e declarou que, se fosse em Paris, francês nem iria notar. Nisso era um mestre, convenhamos. Louvou “a beleza conhecida internacionalmente das bundas de nossas conterrâneas”, além de garantir que se sentia mais inseguro em Nova York que em sua cidade, até porque “os crioulões de lá são mais feios que os nossos”. No começo, os jornais registravam, ferviam as redes sociais. Sindicatos como os dos psicólogos (“uma espécie de político que ouve muito e não faz nada”) e dos aeronautas (“de comida de avião, prefiro aeromoça”) faziam manifestos irados, reclamando da falta de respeito à laboriosa classe que representavam. Outra especialidade do prefeito, a de falar mal da própria cidade, foi levada ao extremo. De brincadeira, falou em criar uma taxa única para os turistas, a ser paga no aeroporto na chegada, dando o direito de um crachá que livraria o visitante de ser assaltado. Segundo ele o programa TUA (Taxa Única de Assalto) substituiria o taxista desonesto, o porteiro de hotel achacador, o cambista clandestino. Pague uma vez só e ande tranquilo, seria o slogan da iniciativa inédita no mundo. Era piada, claro. Mas no dia que ele fez esta brincadeira, para alegria dele e da sua equipe, não saiu uma única linha de crítica nos jornais. Ninguém estava mais ligando para suas piadas, nem se sentia ofendido com elas. Ele estava pronto para pleitear voos mais altos. Um dia deixou escapar: “esta merda deste país precisa de um cara de culhões como eu”. Estava lançada a campanha. Lula Vieira é publicitário, diretor da Mesa Consultoria de Comunicação, radialista, escritor, editor e professor lulavieira@grupomesa.com.br 34 de agosto de 2016 - jornal propmark

MARCAS Future Brand lista 23 empresas do futuro e destaca a tecnologia Índice avalia as 100 marcas mais valiosas do mundo segundo o ranking PwC sob dois eixos, experiência e propósito; Apple aparece no topo BárBara BarBosa Mais do que saúde financeira, as marcas do futuro são aquelas que carregam em si um propósito e, principalmente, geram experiências positivas para o consumidor. Esta, pelo menos, é a leitura do Future Brand Index (FBI), uma avaliação da FutureBrand, empresa global de marcas e inovação do Interpublic Group, em parceria com o índice das 100 marcas mais valiosas do mundo, o PwC. Em sua terceira edição, o FBI traz a Apple no topo do ranking, entre 24 nomes que compõem a lista. Ao lado da Apple – que figura também no topo do PWC –, outras 23 organizações receberam o título de marcas do futuro. A tecnologia, mais uma vez, dominou o ranking, a exemplo de edições anteriores. Este ano, entretanto, houve um adicional: mais do que empresas do ramo, marcas que usam recursos tecnológicos como um diferencial na experiência do consumidor foram bem avaliadas. É o caso, por exemplo, da Amazon, que em 2014 aparecia na 30ª posição e hoje aparece em oitava, muito em razão de recursos como o delivery por geolocalização, que passou a implementar em seu negócio. Ou então da Nike, que em dois anos saltou da 24ª para a 11ª posição, devido às inúmeras tecnologias empregadas em seus produtos – não só isso, mas também a associação, por exemplo, de tênis para corridas a aplicativos que ajudam a acompanhar e melhorar o desempenho do atleta. “As empresas do ranking são consideradas marcas do futuro porque combinam o que as Wayne0216 / Shutterstock Marcas têm objetivo de melhorar a experiência do consumidor “As empresAs do rAnking são considerAdAs mArcAs do futuro porque combinAm o que As pessoAs buscAm hoje com Aquilo que elAs demAndAm pArA o AmAnhã” pessoas buscam hoje com aquilo que elas demandam para o amanhã. As pessoas querem marcas que possibilitem a elas boas experiências. Cada vez mais é papel das marcas ou, pelo menos, as pessoas depositam essa expectativa nas marcas, pensar em um futuro melhor e trabalhar por meio de valores sustentáveis”, diz Daniel Alencar, diretor de estratégia da FutureBrand São Paulo Ainda do ramo da tecnologia, mais três empresas do setor estão entre as dez primeiras colocadas: Microsoft, em segundo lugar; Samsung, em terceiro; e Facebook, em sexto. O Google, que liderou as edições anteriores, está em 2 lugar, mas sob o nome Alphabet, que faz parte da nova estratégia global para a marca corporativa da holding. Se fosse avaliada apenas como Google, a marca estaria no topo. MetodologiA Nesta edição do estudo, cerca de três mil formadores de opinião de várias nacionalidades avaliaram, com base em 18 atributos, as 100 maiores empresas do mundo em valor de mercado presentes na lista da PwC. Os atributos foram separados em duas categorias: o propósito das marcas e a experiência que elas entregam. “Uma Future Brand é uma marca avaliada positivamente nos dois eixos”, explica Alencar. O Future Brand deste ano mostra que, entre 2014 e 2016, as marcas do futuro tiveram um aumento de 21% em seu valor de mercado, três vezes mais do que a média de 7% das empresas do ranking. Entre os entrevistados da pesquisa, 64% revelaram que gostariam de trabalhar em uma marca do futuro, enquanto 77% afirmaram que comprariam produtos ou serviços dessas companhias. Outro ponto observado no estudo deste ano foi a quantidade de marcas do futuro contabilizadas, 24 – um recorde desde o lançamento do índice, em 2014, com 21 marcas. Isso demonstra, segundo Alencar, que o estudo vem cumprindo seu propósito de perceber e mostrar o que gera valor para uma marca. “A gente vai conseguindo, assim, entender quais movimentos estão acontecendo no mundo do ponto de vista de percepção do consumidor. Esse crescimento se deu muito mais pelo eixo de experiência, do que de propósito, pois as pessoas buscam e valorizam mais as marcas que conseguem resolver a vida delas”, afirma. jornal propmark - de agosto de 2016 35

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