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edição de 11 de junho de 2018

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eyond the line

eyond the line Milante/iStock Partiu Cannes! Já sabemos que teremos de fazer escolhas de Sofia o tempo todo, já que há muitas atividades Alexis Thuller PAgliArini lá vamos nós para mais uma edição do E Cannes Lions. A 65ª do festival. Ao completar 65 anos, o evento poderia se aposentar, mas o tiozão Cannes Lions mostra vigor e juventude para seguir adiante por muitos mais anos. Depois da sacolejada do ano passado – leia-se dissidência momentânea do Grupo Publicis e algumas declarações de Martin Sorrell –, o evento fez a sua reengenharia e parte para um período mais curto, restringindo-se à semana de trabalho (de segunda a sexta-feira). A redução de período atende à reivindicação de muitos para tornar a conta de participação menos salgada, já que esta é a alta temporada de turismo por lá e os preços de passagens e hospedagem são altos – e pagos em euros. Apesar da redução de período, o evento continua provendo um volume de conteúdo e atividades que nos deixa a todos pressionados para organizar uma participação que acompanhe a essência do festival. Já sabemos que teremos de fazer escolhas de Sofia o tempo todo, já que há muitas atividades simultâneas, não somente no Palais, mas também nas imediações, ocupando a praia, cais e hotéis da Croissette. O “problema” é que todas as atividades são bacanas. Daí a sensação inevitável de FOMO. E o número de categorias continua alto: 26. As cerimônias de premiação serão realizadas todas as noites do festival. As novidades do festival incluem uma organização de conteúdo e premiações em 9 “tracks”: Communication, Craft, Entertainment, Experience, Good, Health, Impact, Innovation e Reach. Isso ajudou na decisão de inscrições e também ajudará nas escolhas de palestras, seminários, fóruns durante o evento. Outra novidade é o limite de seis categorias por case inscrito. Assim espera-se evitar o que vinha ocorrendo de um único case excepcional voltar de Cannes com dezenas de Leões. Se bem que não há limites para inscrições em subcategorias. Mais uma decisão que responde a críticas recorrentes é a de julgar cases relacionados a instituições sociais e beneficentes, além de ONGs em separado. Ou seja, cases relacionados a marcas e produtos do mercado não perderão Leões para aqueles ligados unicamente a causas sociais. Tudo isso para tornar o valor da conquista de um Leão mais relevante. Quanto à participação de brasileiros, espera-se que a turbulência sócio-política no nosso país não tenha inibido a inscrição de peças e de delegates tupiniquins. Afinal, o Brasil está sempre entre os três países mais importantes em termos de inscrições, tanto de trabalhos, como de delegates. Tem ainda o agravante Copa do Mundo. As maiores agências brasileiras têm clientes envolvidos em propriedades ligadas à Copa e isso pode ter influenciado na decisão de quantos profissionais ficarem ausentes do headquarter ao longo de uma semana, bem no meio da Copa. Durante o período do festival haverá um jogo do Brasil, no dia 21, bem no meio da tarde no horário de Cannes. Não há dúvida que a brazileirada vai parar pelo menos duas horas para acompanhar o segundo jogo do Brasil contra a Costa Rica. O Brasil, aliás, baterá recorde de representatividade no corpo de jurados. Se somarmos os brasileiros que vivem fora do país, o número é o mais expressivo de todos os tempos. Eu, particularmente, vou a Cannes sempre com muita expectativa e preparado para muito trabalho, já que, representando a Fenapro, graças a uma parceria com o Estadão – representante do festival no Brasil –, tenho a obrigação de montar uma apresentação do melhor do Cannes Lions para um roadshow pós-evento, correndo cidades brasileiras, apresentando os cases mais bem-sucedidos e as tendências observadas no megaevento. Durante o evento, organizaremos também um encontro de brasileiros com o Managing Director do festival, José Papa Neto. Para quem não vai para Cannes, há a novidade de um passe para acompanhar o evento por módicos 99 euros. Para os que vão, até lá! Alexis Thuller Pagliarini é superintendente da Fenapro (Federação Nacional de Agências de Propaganda) alexis@fenapro.org.br 32 11 de junho de 2018 - jornal propmark

we mkt tunart/iStock O vendedor de fósforos “Só os que estão dormindo não cometem erros”. Ingvar Kamprad Francisco alberto Madia de souza No mês de janeiro, Ingvar Kamprad partiu. No ano em que eu nasci, 1943, Ingvar fundava a sua Ikea. Sueco, começou vendendo fósforos aos cinco anos de idade, aos dez era uma espécie de biciseller, visitando as casas de sua vizinhança, na sua pequena bicicleta, para vender o que quer que precisassem, desde decoração de Natal, passando por peixes, e, também, lápis, borrachas e cadernos, entre outros... Nas brisas da juventude flertou com o nazismo e se arrependeu amargamente: “O maior erro de toda a minha vida”. E onde foi buscar sua marca? Em quatro palavras: seu nome, I - Ingvar; sobrenome, K – Kamprad; pequena vila onde nasceu, E – Elmtaryd; e fazenda onde cresceu, A – Agunnaryd. Ikea! Consciente da energia empreendedora de seu filho, o pai de Ingvar deu o dinheiro necessário e suficiente para uma primeira loja. Desde o início batizada de Ikea. Vendia pequenas peças para decoração: vasos, objetos, porta-retratos, porta-lápis... Em 1956, sua Ikea encorpa e Ingvar revoluciona: passa a vender móveis contemporâneos e despojados, que seus clientes - jovens de espírito - montavam em suas casas. Claro, por preços mais acessíveis. Homem duro, pegava pesado, respeitado como empresário inovador, mas detestado pelo gênio. Em 1973, não suportando mais as pressões e constrangimentos, muda a Ikea para Dinamarca. Poucos anos antes de passar o comando de sua empresa para seu filho, Mathias, era assediado, algumas vezes a cada dia, por instituições financeiras que pretendiam tornar a Ikea uma empresa de capital aberto. Um dia, ele disse: “A partir de hoje não recebo mais ninguém. Esse tal de mercado de capitais não é uma opção para a Ikea. Minha visão e planos são sempre de longo prazo. Não quero ver a Ikea dependente do humor das instituições financeiras”. Quando se fala da tal de vida simples é sobre Ingvar que estamos nos referindo. Sempre trabalhou em ambiente compartilhado, não tinha nem mesmo uma mesa exclusivamente para ele, vestia-se de forma descontraída e simples, com roupas compradas em brechó, e dirigia um Volvo velho. Hoje, a Ikea é uma rede de 300 lojas, em 49 países, com receita anual superior a 30 bilhões de euros, preparando-se para chegar ao Brasil, finalmente! Antes de morrer, no sábado, 27 de janeiro de 2018, Ingvar viu muito de seus ensinamentos serem disseminados pelo mundo e adotados por infinitas organizações: 1 – “Só os que estão dormindo é que não cometem erros”. 2 – “Gostaria muito de ter um espaço só para mim. Mas como não posso oferecer o mesmo para todos os meus funcionários vou trabalhar junto com eles até o fim”. 3 – “O que é bom para um cliente será bom para nós, ainda que no longo prazo”. 4 – “Errar é um privilégio das pessoas ativas e verdadeiras. Permanecer negando os erros, uma característica das pessoas medíocres e negativas”. 5 – “A palavra impossível está definitivamente excluída dos dicionários da Ikea”. 6 – “Dez minutos não se resumem a uma sexta parte do salário que as pessoas ganham por hora. São dez minutos seus que não devem ser desperdiçados em coisas sem sentido”. 7 – “Ganhei o suficiente para poder viajar sempre em primeira classe. Mas antes de me decidir sempre me pergunto se meus funcionários e todos os meus clientes poderiam se dar a esse luxo”. 8 – “Não existe uma liderança de qualidade se não é capaz de oferecer ótimos exemplos o tempo todo”. 9 – “Antes de tomar o veneno de sentir- -me realizado recorro ao antídoto de como posso fazer melhor”. 10 – “Não tenho medo de chegar aos 80. Ainda tenho muito a fazer. Não tenho tempo para morrer agora”. E assim foi. Despediu-se aos 91. Gênio. Francisco Alberto Madia de Souza é consultor de marketing famadia@madiamm.com.br jornal propmark - 11 de junho de 2018 33

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