Views
3 years ago

edição de 13 de julho de 2020

eyond the line engin

eyond the line engin akyurt/Unsplash Um sorriso por debaixo da máscara Não dá pra conter o entusiasmo com os primeiros sinais de distensão da quarentena Alexis Thuller PAgliArini Não é pra soltar fogos. Afinal, temos uma situação ainda muito preocupante e a escalada de infecção e de mortes continua ascendente no Brasil. Mas não dá pra conter o entusiasmo com os primeiros sinais de distensão da quarentena, principalmente em São Paulo. Pouco a pouco, o horizonte começa a ficar menos carregado e podemos ver até uma luz brilhando ao fundo. Já temos shoppings, restaurantes e outras atividades liberadas. As agências de serviços de marketing também já podem voltar aos seus escritórios, se quiserem. Mas o mais importante é a flexibilização de realização de eventos em São Paulo. A partir do próximo dia 27/7 já poderemos voltar a organizar e frequentar eventos culturais e corporativos com público sentado. Entendemos que esses eventos são aqueles que não geram grandes aglomerações. Ainda sentimos falta da flexibilização para feiras e exposições comerciais, que continuam com a perspectiva de liberação num longínquo outubro. Já o fiz aqui, mas volto a comparar a feira comercial aos shoppings, que já obtiveram autorização de funcionamento. Esperamos que o governo do estado de São Paulo reveja esse prazo e antecipe a liberação das feiras e exposições comerciais. Não se trata de querer precipitar nada. Eu sou daqueles que defendem a adoção de medidas de prevenção com rigor. Mas também defendo a retomada, feita de forma cuidadosa e com a exigência de protocolos rigorosos. A simples perspectiva de um cronograma de distensão já anima mercados e gera esperança de minimizar as perdas do ano, ainda que parcialmente. O negócio de eventos está totalmente parado há quatro meses, causando um prejuízo estimado em R$ 75 bilhões ao mês, se considerarmos todo o ecossistema impactado. E aí se incluem alimentos e bebidas, hospedagem, transporte e outros tantos subsetores que gravitam em torno dos eventos. Há ainda a perda de milhares de empregos. Por isso o meu contido entusiasmo com a perspectiva de retomada. Precisamos começar rapidamente um movimento de retorno, procurando abrir caminho para realizações dentro do campo de possibilidades que se apresenta agora. É preciso ter cuidado e rigor com os protocolos, mas é preciso também alguma coragem para realizar. Há diversas empresas com excesso de zelo, já preestabelecendo que só realizará ou permitirá a participação de colaboradores em eventos apenas em 2021. Vamos esperar um pouco mais, antes de tais decisões. Se tivermos uma queda consistente da curva de infecção poderemos, a exemplo de outros países, acelerar a distensão, destravando a economia. Vou repetir para não deixar dúvidas da minha posição: acredito no impacto dessa pandemia sem precedentes, que, sabemos, é muito mais do que uma “gripezinha”. Devemos, sim, respeitar o distanciamento e obedecer todos os protocolos de prevenção para evitar um retrocesso. Mas devemos, também, ficar atentos aos sinais de arrefecimento da pandemia para começar uma mobilização positiva pela retomada de atividades. Uma retomada que virá carregada de cuidados e também de inovação. Nesses últimos quatro meses muitos tiveram insights e aprofundaram projetos que aceleraram processos de digitalização de negócios e de formas alternativas de tocar suas atividades. Sabemos que criatividade rima com necessidade e essa longa crise catalisou soluções que estavam engavetadas ou mesmo fora do radar. Já estamos presenciando iniciativas de retorno dos eventos. Eu mesmo estou envolvido na realização de um neste dia 14/7 próximo, quando a Ampro organizará o evento híbrido O live marketing pronto para a retomada, que será realizado em São Paulo, mas com transmissão para todo o Brasil. Por isso que arrisco um sorriso por debaixo da minha máscara. É um sorriso contido, mas de esperança por dias melhores. Alexis Thuller Pagliarini é presidente-executivo da Ampro (Associação de Marketing Promocional) alexis@ampro.com.br 16 13 de julho de 2020 - jornal propmark

we mkt Rafaela Biazi/Unsplash A mãe de todas as reformas “O Brasil é feito por nós. Está mais que na hora de desatar esses nós” Barão de Itararé Qual o argumento usado por Augusto Francisco alberto Madia de souza Conforme mais que previsto, a maior das resistências dentre as reformas urgentes, necessárias, sem as quais o Brasil não consegue se desgrudar do pântano da ineficiência e da burocracia, aconteceria quando se começasse a questionar e tentar mexer com os tais privilégios. A chamada reforma administrativa. Mas aí veio a Covid-19... Sob todos os aspectos, a reforma das reformas, a mãe de todas as reformas, porque procura derreter o chamado estado velho e começa a semear um novo estado. Tenta corrigir radicalmente a causa principal da tragédia econômica do Brasil. Para que em 2040, num prazo de mais ou menos 20 anos, tenhamos um estado moderno. A grosso modo, um singelo e eficaz aplicativo em substituição à massa descomunal de burocracia e funcionários públicos. Em síntese, de forma direta e objetiva, e chutando na canela. Sem a reforma administrativa, todas as demais reformas perdem o valor e esvaziam-se. Eu disse todas. A começar pela previdenciária, já realizada. E a tributária, a caminho. E as demais. Todos os envolvidos e principais afetados na reforma administrativa, o contingente que consome a maior parte do que o estado arrecada, têm o poder direto e indireto de bloquear, pelo tempo que julgar necessário, a tramitação da reforma. Todos os funcionários públicos dos governos municipais, estaduais e federal, dentre os quais ainda existem corporações específicas como a Justiça, e os militares. Mais os políticos em cargos eletivos, que também são funcionários públicos. Sentiram a dimensão da resistência? As primeiras tentativas de dar- -se início à reforma mostram a dimensão da resistência. Os pontos principais foram minados pelas diferentes lideranças desses servidores. Por exemplo, uma dessas lideranças, a dos procuradores da República, tem o procurador-geral da República, Augusto Aras, que em suas palavras já deixou claro que defende a manutenção das férias de 60 dias para procuradores e promotores do Ministério Público. Aras? “A carga de trabalho dos integrantes do Ministério Público é desumana. Procuradores e promotores precisam atender aos jurisdicionados e seus advogados pessoalmente, em qualquer dia e hora, inclusive levando trabalho para casa, a fim de cumprir prazos e metas aos sábados, domingos e feriados...”. Confesso que quase chorei... Parece que esse procurador-geral mora na Suíça ou na Dinamarca. Ignora os milhões de desempregados. E ainda os empregados que hoje praticamente trabalham 24 por 24. A vida não está fácil para ninguém. Nós, brasileiros, nos omitimos enquanto políticos irresponsáveis foram inchando em quantidade, e em privilégios, o funcionalismo público do país em todas as esferas e dimensões, e hoje, ou o Brasil moderniza e traz o seu Estado para a realidade ou o Estado brasileiro literalmente engole e acaba com todo o Brasil. Não dá para fazer a reforma administrativa do dia para a noite, em um ano, nem em cinco anos. Mas precisamos começar agora, ter bastante claro o Estado que queremos ser e ter, e caminharmos, concessão zero, nessa direção. Ou seja, o Estado brasileiro tal como é hoje está condenado à morte, ou a nos matar a todos por asfixia. Superada a pandemia, se possível de forma acelerada, o processo é de ir esvaziando o monstro, de tal forma que em 10 anos, seja, no máximo, 40% do que é hoje, e em 20, 5%. E é o que temos de fazer. Não existem segundas ou terceiras alternativas. Ou esvaziamos o Estado, ou estamos nos condenando, nós e nossos descendentes, a fome, miséria e destruição. Diante de tudo o que disse, afirmo que só nos restam duas alternativas: ou vamos fazer a reforma administrativa ou vamos fazer a reforma administrativa. Todos arregaçando as mangas! Se o Brasil nascesse hoje seria uma startup, e o Estado brasileiro, um singelo e eficaz aplicativo. Mas nascemos há 520 anos e ficamos contemplando e desfrutando a natureza... Chegou a hora de trabalhar, trabalhar duro, sem essas conversas de dois meses de férias, certo, Aras...?!!! Silêncio... Francisco Alberto Madia de Souza é consultor de marketing famadia@madiamm.com.br jornal propmark - 13 de julho de 2020 17

edições anteriores

© Copyright 2022 PROPMARK. Mídia especializada no mercado publicitário. Todos os direitos reservados.