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edição de 14 de agosto de 2017

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aGêNcias OFEREciMENTO

aGêNcias OFEREciMENTO OFERECIMENTO Roberto Justus deixa suas funções no Grupo Newcomm em novembro Ele vai priorizar sua carreira artística, após 36 anos na publicidade, cujo ápice foi fazer da Y&R a maior operação do país, segundo o Kantar Ibope Media Roberto Justus, que irá concentrar atenção à sua carreira artística Fotos: Alê Oliveira Paulo Macedo No famoso reality show O Aprendiz, exibido na grade da RecordTV, o empresário Roberto Justus tornou conhecido o bordão “Você está demitido”. No seu caso pessoal, ele simplesmente decidiu se demitir das funções de chairman do Grupo Newcomm de Comunicação, sócio da holding inglesa de comunicação de marketing WPP. E até fixou uma data para materializar o seu propósito: o próximo dia primeiro de novembro. A partir de então, Justus vai concentrar os seus esforços na sua carreira artística, algo que é representativo para ele, e também na gestão de negócios fora do mercado publicitário. Na verdade, o processo da sua saída definitiva do comando da empresa que controla as operações da Y&R, a maior agência do país, com faturamento bruto superior a R$ 6 bilhões por ano, pela métrica do Kantar Ibope Media, Red Fuse (operação dedicada à Colgate-Palmolive), VML, Wunderman, Grey Brasil e a Ação Premedia e Tecnologia (acabamento e produção gráfica), foi iniciado há dois anos, quando vendeu sua participação acionária para o grupo liderado por Sir Martin Sorrell. Nesse período, passou a ocupar a posição estratégica de chairman, deixando para Marcos Quintela a presidência executiva do Newcomm, seu pupilo e sucessor das suas funções quando a aposentadoria for consolidada daqui a três meses. A partir de então, o cargo de chairman vai deixar de existir no Newcomm. Será uma homenagem à última função de Justus no grupo, como costumam fazer clubes de basquetebol, que deixam de usar o número da camisa de um craque, como ocorreu com a 23 de Michael Jordan no Chicago Bulls? Talvez sim, talvez não. “Esse cargo será extinto”, resume Quintela, que chegou ao Newcomm como sócio da operação Maestro, uma empresa mais focada em marketing promocional, mas já como sócio do WPP. Depois migrou para a Y&R, primeiro nas áreas News para todos os negócios Sua marca para mais de 100 milhões* de telespectadores no Brasil *Fonte: Atlas de cobertura Record News 2017. 40 14 de agosto de 2017 - jornal propmark

de atendimento e operações, depois como presidente. Quintela lembra que o fim da Maestro e sua chegada à Y&R se deram em um momento especial para ele. Justus estava à frente do Newcomm, mas resolveu retornar à agência para recolocá- -la no trilho após um período de turbulências administrativas. “O Justus é o mais incrível homem de negócios que vi atuar. Sua maneira de liderar processos é única e essa habilidade foi essencial para o desenvolvimento do grupo e também no uso adequado dos talentos que agregou à operação do Newcomm. Tudo de forma produtiva e muito valorosa para a solução, conquista e manutenção de negócios. Ele é visionário, estudioso, pragmático, seguro e ciente de que a necessidade do cliente se sobrepõe a qualquer tipo de coisa. É meu mestre e meu benchmark. Ele me inseriu na publicidade e descobri que essa atividade é sofisticada, instigante e estimula a criatividade, afinal é um elemento importante da economia criativa. Se vamos sentir falta do Roberto? Claro que sim, mas seu legado vai ser inspirador”, detalha Quintela. Nascido em São Paulo, em 1955, filho dos imigrantes húngaros Janos e Lidia Justus, casado pela quinta vez, com Ana Paula Siebert, Justus iniciou sua carreira na publicidade em 1981, atuando como sócio do publicitário Eduardo Fischer na Fischer & Justus Comunicações, marca que logo se transformou em referência de comunicação e estratégias ousadas no país. Em 1985, a agência consolidou fusão com a Young & Rubicam, que se transformou em F,J,Y&R. A sociedade com a agência norte-americana durou quatro anos, voltando a ser simplesmente Fischer & Justus. Nove anos depois, em 1998, Justus fundou o Grupo Newcomm. A definição da marca teve participação do escritório Madia & Associados, que ajudou a formatar o conceito de nova comunicação brasileira. Com 36 anos de carreira, Justus sempre esteve na vanguarda do negócio da propaganda. Formado em administração de empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, vendeu a operação do Newcomm para a Cordiant, que controlava a Bates, mais tarde incorporada pelo WPP. “Muita gente reduz operação, mas não faz sentido, porque o ativo mais caro de uma agência é o seu pessoal. Salários e encargos representam cerca de 70% dos custos de uma agência. Mas, se a empresa é desestruturada demais o risco é a perda de qualidade. Infelizmente uma quantidade de mão de obra teve de ser dispensada. A solução é otimizar serviços. O Grupo Newcomm tem um back office que estrutura áreas como contabilidade e finanças das suas cinco empresas. Recentemente concentramos a produção eletrônica e gráfica da Y&R, Grey, Wunderman, VML e Red Fuse. Conseguimos economizar e manter o nível elevado de entrega. Em tempos de crise, enxugar exige eficiência. E vamos manter esse modelo de execução de produção independentemente do fim ou não da crise. O que será sempre independente é a inteligência estratégica”, disse Justus em 2015 ao PROPMARK sobre o modelo ideal de agência de publicidade em cenário econômico adverso. “ElE é visionário, Estudioso, pragmático, sEguro E ciEntE dE quE a nEcEssidadE do cliEntE sE sobrEpõE a qualquEr tipo dE coisa. é mEu mEstrE E mEu bEnchmark” Em sua opinião, o papel da publicidade é simples: “Ajudar as marcas a reterem a atenção do consumidor e como consequência ganhar a sua preferência na definição de compra”. Justus acrescenta: “O desemprego é o primeiro sintoma de que o consumidor não tem disponibilidade de recursos. Em tempos de crescimento, a agência ajuda seus clientes no desenvolvimento de produtos porque eles estão querendo expandir faturamento. Nesse momento, o foco é olhar o concorrente e fazer melhor do que ele para chamar a atenção do consumidor. O share of pocket em um mercado recessivo é mais difícil. Por isso, a comunicação tem de estimular a fidelidade às marcas. O objetivo é tirar share do concorrente porque não há novos mercados para serem explorados”, disse Justus na mesma entrevista. Justus gosta de cantar e até gravou CD com canções internacionais, produzido por Afonso Nigro. Mas ganhou projeção como artista a partir de O Aprendiz. Este ano ele apresentou o reality Power Couple Brasil. Quintela chegou à publicidade por intermédio de Justus e vai sucedê-lo no comando do Grupo Newcomm de Comunicação jornal propmark - 14 de agosto de 2017 41

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