Views
4 years ago

edição de 17 de fevereiro de 2020

  • Text
  • Nova
  • Campanha
  • Empresa
  • Marca
  • Marketing
  • Jornal
  • Mercado
  • Fevereiro
  • Propmark
  • Brasil

entrevista Marcos

entrevista Marcos swarowsky diretor-geral da Deezer para o Brasil e América do Sul a deezer quer abrir Mais o streaMing de áudio no brasil Dentro de um universo de 14 milhões de usuários ativos na Deezer em 180 países, o Brasil é hoje o maior mercado para a empresa e ganhou um novo destaque. A plataforma global de streaming de áudio escolheu o brasileiro Marcos Swarowsky como diretor-geral para o país e para a América do Sul. O cargo não existia até então. Seu objetivo é impulsionar o crescimento dos negócios e alcançar novos públicos. Na entrevista a seguir, o executivo fala sobre a estratégia local e defende uma abordagem mais humana e personalizada. JÉSSICA OLIVEIRA Como foi a aproximação com a Deezer? Por que aceitou esse desafio? Não estava esperando. Quando conversei com a Deezer achei um desafio incrível, porque tem o lado b2c, de realmente agregar valor para os usuários; e tem uma parte de b2b muito forte, de ampliar as parcerias. Além de um desafio local muito grande. O que muda na estrutura da Deezer? Passo a cuidar de Brasil e América do Sul, com um time bastante forte na Colômbia e na Argentina. Apesar das diferentes realidades, existem muitas similaridades entre os consumidores e as estratégias são parecidas: ter um foco local, procurar parceiros, levar os serviços a todas as pessoas nesses países. Acredito que essa similaridade é muito bacana e mostra um pouco do foco da Deezer na América Latina, principalmente na América do Sul. O brasileiro tem uma forte relação com a música? A música faz parte do nosso dia a dia, de todas as pessoas, e no Brasil essa categoria tem um desafio muito legal. Não é mudar o hábito das pessoas, mas fazer com que todos tenham mais acesso. Estou falando de todos os brasis, de todos os brasileiros. A Deezer quer abrir mais o streaming de áudio no Brasil. Temos a visão de ser uma empresa que vai desenvolver a categoria no país. O Brasil tem outros grandes players, como Spotify. Como essa competição fica daqui para a frente? Sempre gostei de trabalhar para o player que não era o número 1 em sua categoria. A Avis tinha um slogan que eu gosto muito: We Try Harder. Tenho isso muito comigo, de ter desafios que me façam pensar, me tirem da zona de conforto. Esse lado pessoal combinado ao profissional foi o que me fez decidir pela Deezer. O que traz das experiências em empresas como a Expedia e do olhar em publicidade digital para o streaming de áudio? Na Expedia eu cuidava de toda parte de supply, do relacionamento com todos os fornecedores. Era um foco muito grande em parceiros de negócios. Vejo na Deezer um carinho e um preocupação muito forte com os parceiros como gravadoras, produtoras, assim como com os usuários. Tem essa visão de valorizar os artistas locais. A Deezer também é um player de publicidade digital. Tive uma experiência muito grande com isso e temos uma área com profissionais que trabalham a presença de marca dentro da Deezer. Temos diversas possibilidades e acredito que o Brasil ainda não explorou tanto esse potencial na categoria. A visão local sempre foi uma aposta da empresa. Isso será intensificado? A Deezer, como player global, sempre atuou quase como um player local. É uma plataforma mais humana e pessoal, muito próxima ao mercado em que está. O investimento em artistas locais é bastante grande. A Deezer apostou nisso desde o começo, o que nos diferenciou. O que faz todo sentido, o brasileiro tem o costume de ouvir muita música brasileira. Recentemente, por exemplo, do top 100 do dia, 95 músicas eram brasileiras. Como essa atuação local é feita? De várias maneiras, sempre para prover uma experiência mais personalizada. Isso ocorre, por exemplo, de duas maneiras. Tem uma pegada mais tecnológica: de acordo com as músicas que você coloca na playlist, pula, dá um like, a plataforma aprende com você, individualmente, pelo seu gosto pessoal. Ela passa a recomendar músicas que acredita que você vai gostar ou que, às vezes, você nem lembra mais que gosta. Tem um feature que chama Flow, que é quase uma playlist personalizada infinita. Ela é montada com algoritmos de acordo com o que você gosta. Ao mesmo tempo tem uma pegada editorial: temos editores para vários gêneros musicais que montam playlists, fazem relacionamento com os artistas e permitem que as pessoas descubram novidades. Do ponto de vista do usuário, ter 56 milhões de músicas ao seu dispor num aplicativo cria um problema de abundância. O que ouvir? Requer curadoria seja tecnológica e/ou editorial. Essa combinação ajuda a criar experiências personalizadas, independentemente do gosto musical. O conteúdo original também é um braço bastante forte nesse sentido. São criados diferentes tipos de conteúdo. Temos um estúdio no escritório e só em 2019 vieram mais de 100 artistas. Em termos de dias úteis, é quase dia sim, dia não. A ideia é aproximar artista e usuário. No especial “Faixa a Faixa”, ele conta bastidores e histórias por trás das música. Para quem é fã, é muito especial ter esse contato. O “Essenciais” é sobre a história de grandes artistas brasileiros. Desde 2018, já fizemos com Gal Costa, Djavan, Elza Soares, Caetano Veloso e Lulu Santos, o mais recente. É quase uma autobiografia percorrendo música e a carreira. Quando fazemos eventos no estúdio, convidamos alguns fãs, os top streamers daquele artista. Sempre tem essa preocupação da proximidade com o público brasileiro, para que a relação seja mais humana e não simplesmente uma empresa ou um aplicativo. São sete anos no Brasil. Como o país está posicionado atualmente? Hoje é o maior país para a empresa em número de usuários ativos e o segundo em receita. O Brasil conquistou uma posição muito importante dentro da Deezer. A estratégia tem funcionado e há um respeito grande pelo que é feito aqui e pelos profissionais. Queremos estar cada vez mais próximo do consumidor final, para crescer mais na categoria e chegar a todos os brasileiros e não só a uma parte mais óbvia do mercado. Em que sentido? A ideia é ser relevante para todo mundo. Se música é impor- 20 17 de fevereiro de 2020 - jornal propmark

tante para todo mundo, o serviço tem de ser bom e acessível para todo mundo. Isso é um desafio de negócios. Um dos caminhos é por meios de pagamento. Hoje, se eu não me engano, a Deezer é o player é o que tem mais possibilidades para os brasileiros. Conseguimos chegar em diferentes modelos, como carteira digital, parcerias e plano de benefícios de algumas empresas, débito, crédito e boleto, por exemplo. Como estão essas parcerias? Quais segmentos serão buscados? O serviço de música agrega muito valor para o usuário final. Operadora é o mais natural, temos uma parceria de longa data com a TIM, por exemplo. Mas fechamos recentemente uma parceria com o Itaú para oferecer o Deezer incluso a uma parte do clientes. O mercado pode esperar mais parcerias nessa linha, e elas ser as mais variadas como uma marca de bens de consumo. Para as empresas é muito interessante. É um serviço que fideliza muito o usuário. Uma vez que você usa, cria uma playlist, é difícil mudar. Temos alguns dados que mostram que o nível de fidelidade com a empresa parceira aumenta em função desse benefício. A categoria tem muito espaço para crescer? Sim, muito. Pensando em streaming de áudio/música foi só em 2016 que a indústria global de música voltou em crescer, e foi em 2018 que voltou a ter o tamanho que tinha em 2007. Os serviços de streaming estão agregando muito valor para a indústria, para os artistas e para os usuários. Especificamente na região da América do Sul, quais eram os desafios para essa retomada? Havia um mercado de informalidade maior com relação a direitos autorais, por exemplo. Com o serviço de streaming agrega valor ainda mais rápido, porque ele transforma o hábito de ouvir, que passa de maneiras alternativas através do serviço, isso tudo andando lado a lado com todos “O serviçO de música agrega muitO valOr para O usuáriO final” Divulgação os envolvidos. Ainda há um grau grande de informalidade. Existe um papel de educação em como ouvir música digital. A indústria de streaming dedeo andou mais rápido? Um pouco mais rápido. Por que o áudio demorou mais? O consumo de áudio é muito mais on the go e, para que isso funcione com uma qualidade boa, é necessário ter um bom celular e um bom serviço móvel que permite ter essa experiência. Essa estrutura, essa equalização necessária, aconteceu mais recentemente. Qual o share de mercado da Deezer hoje? E a meta para 2020? Não abrimos esses dados. O que faz parte da estratégia é manter o crescimento. Ano passado foi um ano muito bom para a empresa, em que a Deezer teve um bom ganho de share no Brasil e queremos continuar nesse ritmo, ganhando mercado e desenvolvendo a marca. Por que patrocinar o Lollapalooza 2020? O que significa a entrada da Deezer nesse evento? Ficamos muito felizes com a nossa presença no Lollapalooza, uma marca tão forte no país. É um sinal para a indústria toda de música que a Deezer está no jogo para valer. No festival existe um público do Brasil inteiro, que é muito variado. Estamos pensando nas ativações e nos benefícios para os nossos usuários premium. Temos várias ideias. Temos uma preocupação muito grande com nossos usuários fieis. Estamos pensando muito sobre qual a experiência de uma pessoa chegando no festival e lá, em como tornar isso melhor. Queremos estar presentes em outros festivais este ano. “anO passadO fOi um anO muitO bOm para a empresa” A estrutura de comunicação e marketing da empresa no Brasil segue a mesma? Haverá alguma mudança? A princípio nada muda, está funcionando muito bem. Trabalhamos com a CP+B para mídia e a AKQA como principal agência de planejamento e criação. O que não nos restringe a trabalhar apenas com eles. Como exemplo, trabalhamos com a Soko para criação da campanha de Fat Family. E nossa agência para PR e Influenciadores é a ecomunica. jornal propmark - 17 de fevereiro de 2020 21

edições anteriores

© Copyright 2022 PROPMARK. Mídia especializada no mercado publicitário. Todos os direitos reservados.