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edição de 18 de fevereiro de 2019

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prêmios Gerety Awards

prêmios Gerety Awards ganha repercussão com propósito de apoiar diversidade A nova premiação quer fazer diferente e mudar o que ainda pode ser considerado normal no mercado; júri é 100% composto por criativas KELLY DORES começar pelo próprio nome – uma homenagem a A Frances Gerety, redatora que em 1948 cunhou o slogan A Diamond is forever –, o Prêmio Gerety Awards tem como principal proposta apoiar a diversidade. A nova premiação internacional – criada por Joe Brooks e Lucía Ongay, respectivamente ex-sales director e global press manager do Epica Awards – teve uma repercussão imediata. No Brasil, o impacto maior certamente foi o fato de o júri escolhido pela organização ser composto 100% por mulheres criativas: 16 no total. São nomes como Ana Castelo Branco, diretora de criação da WMcCann; Laura Florence, diretora-executiva de criação da Havas Health & You e fundadora do More Grls; Renata Leão, diretora de criação da J. Walter Thompson; Marilu Rodrigues, diretora de criação da Africa; e Patrícia Weiss, do Asas.br.com. A ideia é fazer diferente e mudar o que ainda pode ser considerado normal no mercado. Indagada sobre o motivo de formar um júri só com criativas, Lucía respondeu: “Depois de anos visitando prêmios e eventos do setor, achamos que era necessário mudar o que era considerado normal. O fato de termos 100% de criativas femininas não é algo que mencionamos em nosso site ou em nossas comunicações, mas desde que você perguntou, se nosso júri parece diferente, essa é a razão pela qual estamos fazendo isso. Queremos mudar o que é percebido como normal na indústria da publicidade. Sabemos que havia algo similar organizado no Chile há alguns anos. Como o júri do prêmio de publicidade nacional de lá era composto apenas por homens, as mulheres decidiram fazer o próprio prêmio com 100% de criativas femininas em seu júri, Os criadores Lucía Ongay e Joe Brooks: “Ideia é ser uma plataforma global de talentos e apoiar iniciativas que promovam a diversidade” chamado La Festival”. A executiva esclarece que o prêmio não vai julgar somente peças com viés voltado para a diversidade, mas terá diversidade no júri. “Não se trata realmente de julgar a diversidade, mas de ter diversidade em nosso júri. As campanhas que nossos jurados julgarão são as mesmas que são apresentadas em outros prêmios, mas, à medida que os tempos estão mudando, nosso approach à criatividade também deve mudar. Nosso júri redefinirá o que é tradicionalmente percebido como ‘normal’ para a indústria da publicidade”, completa Lucía. “A criação do Gerety Awards tem como objetivo servir como uma plataforma global de talentos e apoiar iniciativas que promovam a diversidade nas indústrias criativas. Ele reconhecerá talentos globais, mentores e aliados dentro da publicidade”, reforça ela. “Depois De anos visitanDo prêmios e eventos Do setor, achamos que era necessário muDar o que era consiDeraDo normal” A ideia do Gerety Awards está totalmente alinhada com a constatação de que a publicidade mundial passa por um momento de redefinição. “No momento em que a indústria da publicidade está tentando se redefinir, os prêmios também precisam redefinir o seu papel. Essa é a filosofia por trás do Gerety Awards”. Divulgação Como nos prêmios em geral, o trabalho será julgado pela execução criativa e originalidade da ideia. Segundo o regulamento, os vencedores serão determinados com base nas pontuações obtidas em todos os níveis, independentemente do produto anunciado ou do meio apresentado. “Isso garante que apenas o melhor trabalho receba um Gerety”, ressalta. Serão dez sessões do júri executivo em diferentes cidades para definir os finalistas: Amsterdã, Sydney, Nova York, Mumbai, Líbano, Londres, Paris, Hamburgo, Estocolmo e São Paulo. As inscrições do Gerety Awards estão abertas até o dia 1º de abril e os vencedores serão anunciados em julho. “Neste primeiro ano, não haverá cerimônia. Nós planejamos fazer uma festa para celebrar os vencedores pré-selecionados, mas o local ainda não foi confirmado”, explica Lucía. 36 18 de fevereiro de 2019 - jornal propmark

MeMóRia Morte de Ricardo Boechat deixa lacuna no jornalismo brasileiro Conceituado, premiado e admirado, jornalista reunia características únicas que farão falta ao Grupo Bandeirantes, ao mercado e ao Brasil Felipe Turlão Como dizia Ricardo Boechat, é preciso tocar o barco e é isso que o Grupo Bandeirantes tem tentado fazer desde o acidente de helicóptero que levou a vida de um dos principais jornalistas do país na última segunda-feira (11). Em meio ao choque causado pela partida aos 66 anos de um profissional “conceituado e admirado”, segundo definiu um posicionamento da própria empresa, os veículos do grupo fizeram diversas homenagens ao âncora da BandNews FM e do Jornal da Band. A rádio, onde Boechat conduzia a programação de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h, chegou a sair do ar por alguns minutos após a confirmação do fato, em meio à comoção causada pela notícia. No primeiro programa sem a presença do âncora, o apresentador Eduardo Barão anunciou que a cadeira usada por Boechat durante 13 anos será aposentada. O Jornal da Band produziu um vídeo em homenagem a ele, com imagens históricas que contemplaram desde opiniões fortes sobre a realidade brasileira até momentos diversos como sua aparição de peruca no encerramento da atração, após uma notícia sobre medicamento anticalvície. Ao final, aplausos das equipes do jornal em São Paulo, Rio e Brasília, da redação da BandNews FM, e a bancada vazia. Em nota de pesar, o grupo afirmou que “além de um profissional muitíssimo conceituado, premiado e admirado, o Brasil perde um grande homem, pai de seis filhos, avô e amado marido”. “A toda sua família, e à família do piloto Ronaldo Quatrucci, transmitimos mais uma vez os nossos sentimentos”. O presidente João Carlos “Johnny” Saad acrescentou que o jornalismo e o Brasil perderam Ricardo Boechat, na bancada da Band, onde se destacou como âncora do jornal Divulgação “A perdA de BoechAt é umA perdA pArA o BrAsil, soBretudo. umA pessoA cArismáticA e um profissionAl competente” sociação Brasileira de Imprensa. Em nome do CEO Marcus Vinicius Vieira e do presidente Luiz Claudio Costa, o Grupo Record também lamentou o fato. “Ricardo Boechat, através de seu trabalho, destacou-se como um dos mais importantes jornalistas do país”, resumiu. “Admirado em sua longa carreira, vai deixar uma legião de brasileiros que diariamente acompanhava suas análises e opiniões”, disse. RepeRcussão A reportagem procurou alguns profissionais do setor de mídia das agências para entender o impacto da morte de Boechat. “Ele é um profissional que conseguiu trazer uma leveza para o jornalismo. Então, ao trazer essa seriedade atrelada ao lado lúdico, com o tempo, isso uma referência insubstituível. “E nós, do Grupo Band, perdemos um amigo e profissional que jamais esqueceremos”, lamentou. Entidades do setor, como a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), também lamentaram a morte de Boechat, “dono de um estilo inconfundível”. “Ele honrou a profissão de jornalista, exercida com ética e compromisso com a verdade dos fatos. Boechat deixa uma lacuna no jornalismo brasileiro. Sua habilidade em se comunicar com o público é um legado que fica para a história da comunicação do país”, afirmou Paulo Tonet Camargo, presidente da Abert. “Boechat alcançou um nível de maestria em manter a objetividade do bom jornalismo sem deixar de emitir sua opinião. Certamente é uma grande perda para a comunicação brasileira”, destacou Guliver Leão, presidente da Fenaert (Federação Nacional das Empresas de Rádio e TV). “O seu refinamento intelectual, o zelo com o cuidado das fontes e a firmeza das posições que assumia acabaram transformando o Jornal da Band em um dos veículos mais respeitados do país”, disse a Asfez com que ele fosse agregador e corajoso. Essa característica trouxe muita gente jovem para perto. Havia um target que era um pouco distante desse tipo de formato - o jornalismo de rádio - que ele conseguiu aproximar”, analisa Glaucia Montanha, diretora-geral de mídia da Y&R. “Boechat tinha um perfil de tratar o rádio como digital, pois ele respondia imediatamente e tinha um olhar apurado sobre essa nova forma de o jovem se comunicar”, analisa. Sobre possíveis impactos comerciais, Glaucia não vê a Band, num primeiro momento, tendo perda de audiência, por conta da qualidade do jornalismo. “O principal desafio será manter essa audiência conquistada com esse perfil único do Boechat”, acredita. Outra característica do jornalista, segundo os mídias entrevistados, era a proximidade aos diversos perfis de público. “O Boechat era um veículo à parte. A sua voz alcançava milhões e suas broncas traziam impacto e credibilidade. A sua fala simples cobria todas as classes sociais e sua incansável busca pela informação distribuía mensagens de esperança para as tantas mazelas que acometem o povo brasileiro. Sobretudo, a sua alma de jornalista abraçava a audiência como nenhuma outra mídia”, analisou Leonardo Gomes, diretor de mídia da F.biz. Como consequência, o profissional era muito querido pelos anunciantes. “A perda de Boechat é uma perda para o Brasil, sobretudo. Uma pessoa carismática e um profissional competente. Ficou à frente do jornalismo da Rede Bandeirantes de forma unânime. Não tinha como não ouvir ele na rádio ou assistir ele na TV. Construiu um jornalismo de ponta”, afirma Herbert Gomes, diretor de grupo de mídia da Talent Marcel. jornal propmark - 18 de fevereiro de 2019 37

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