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edição de 18 de fevereiro de 2019

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mercado vroPorMês, que em dois meses já tem 95 mil participantes e contou na com a divulgação da influenciadora Jout Jout. autores na rede Como ocorre em todas as indústrias na nova economia, há cada vez menos espaço para intermediários. Para muitos autores, o mundo digital se tornou uma maneira de acessar leitores diretamente. “Toda a cadeia do livro sempre teve vários intermediários, e para o autor fica a questão: para que eu preciso de uma editora, de uma distribuidora, de livrarias para colocar o meu livro nas mãos de quem lê? Os meios de produção estão muito acessíveis. Lembrando que um autor hoje na cadeia tradicional recebe no máximo 10% do preço de capa - e todo o resto do valor do seu trabalho é distribuído entre os intermediários. A venda direta dá 70% do preço de capa ao autor. A Amazon é o grande sponsor desse modelo, retendo apenas 30%”, comenta. O escritor e tradutor Marcelo Backes conta que começou a entrar nas redes mais recentemente e, de lá para cá, a partir de seus seguidores no Instagram, nasceu um grupo cativo de leitores de obras que escreve e traduz. O grupo se reúne uma vez por mês, num domingo, para entrevistá-lo coletivamente e depois todos publicam algo sobre o livro e a conversa em seus canais no Instagram. A criadora do grupo é a professora de matemática Roberta Albuquerque, que tem um perfil no instagram chamado Take.an.unexpected.read, dedicado a resenhar livros. Ela começou o seu projeto de falar de livros e estimular a leitura sem imaginar que alcançaria editoras, livrarias e escritores. “Para mim é uma experiência maravilhosa de diálogo, sem contar que propicia resultados objetivos como nenhuma outra experiência até então foi capaz de propiciar. “Além disso, todos os que participam dessa conversa, tanto eu como os entrevistadores, temos a sensação de que o que fazemos alavanca - ainda que num nível restrito - o debate sobre cultura, sobre arte, sobre literatura, num mundo em que cada vez mais, ao que parece, a burrice é admirada como qualidade-mor”, observa Backes. Para ele, a internet trouxe a oportunidade de conhecer muitas pessoas que gostam de literatura e trabalham com ela de modo amador no melhor dos sentidos - especialmente porque têm por ela um amor que profissionais muitas vezes não têm. foco César Souza, do Empreenda, chama a atenção para o fato de que livros, hoje, são pensados com maior foco no leitor do que no autor como resultado da fragmentação de informações, da velocidade e da obsolescência muito rápida de conteúdos e de estilos. “O autor precisa aprender a pensar no seu leitor (forma, conteúdo e distribui- Editora Intrinseca afirma que as temáticas dos livros hoje motivam debates nos diferentes canais digitais Ana Slade: “Apostamos no contato com os leitores” Fotos: Divulgação “A AmAzon é ApenAs um componente visível dessA novA erA, A do compArtilhAmento” ção), fruto dessa era pós-moderna. A Amazon é apenas um componente visível dessa nova era, a do compartilhamento, complexa, volátil, ambígua”, conclui. Roberta, do canal Take.an.unexpected. read, chama a atenção para o fato de que, enquanto isso, algumas livrarias adotam posturas até arrogantes em relação ao movimento digital. “Alguns donos de livrarias adotam posturas desnecessárias. Por exemplo, no podcast Narrativas, da editora Carambaia, no episódio 7, Elisa Ventura, dona da livraria Blooks, disse que quem se dedica a fazer um conteúdo literário na internet não é sério. Sei que o comentário foi generalizado, mas se ela não consegue identificar, no meio digital, quem está falando de literatura de forma séria, já demonstra desconhecimento sobre as mudanças no mercado”, comenta. Ela conta que amigos youtubers tiveram dificuldades para gravar entrevistas com autores dentro de livrarias. “Ainda não compreendi por que os donos de livrarias seguem criando essas barreiras”, comenta. 48 18 de fevereiro de 2019 - jornal propmark

MERCADO Kantar afirma que marcas devem aliar criatividade com inovação Além de suas tradicionais pesquisas, empresa faz consultoria para identificar oportunidades de desenvolvimento de novos produtos Mariana BarBosa Em visita ao Brasil pela primeira vez, Ray Crook, diretor administrativo, inovação e desenvolvimento de produto da Kantar, recebeu o PROP- MARK no escritório da empresa, em São Paulo, para uma conversa sobre como aliar criatividade e inovação no desenvolvimento de novos produtos e negócios. Com mais de 20 anos de experiência profissional, o executivo atua com foco na Europa e Ásia-Pacífico prestando consultoria a empresas durante toda a jornada de inovação, desde a identificação de oportunidades até a colocação de produtos no ponto de venda. E é exatamente o envolvimento da Kantar em todos esses processos, não apenas em pesquisas, que permitem, segundo Crook, que as marcas possam não apenas prever com maior precisão qual será o retorno e recepção de seus lançamentos, mas também definir as melhores formas para comunicá-los. “Um grande produto pode fracassar sem uma ativação correta. Só lançar algo novo não é o suficiente, as pessoas se relacionam com o que elas têm experiências”, explica o diretor, reforçando ainda que nem sempre é necessária uma movimentação fora do comum para que isso dê certo. “Veja o boom que a Coca-Cola fez colocando os nomes das pessoas nas embalagens, por exemplo. É preciso mexer os sentidos das pessoas. Recursos digitais também podem ajudar bastante com ações de integração e realidade aumentada”, reforça. São muitos os meios utilizados pela Kantar para chegar às suas soluções, e eles vêm sendo ampliados conforme os avanços de tecnologia e as mudanças de comportamento de cada geração. Crook conta que a empresa já utiliza, por exem- Ray Crook fala que é possível prever o que será tendência em até dez anos, mas muitas marcas não trabalham com tanta antecedência “Um grande prodUto pode fracassar sem Uma ativação correta. só lançar algo novo não é o sUficiente, as pessoas se relacionam com o qUe elas têm experiências” Divulgação plo, inteligência artificial junto aos seus dados coletados. Dessa forma, no futuro, será possível substituir alguns tipos de pesquisa, pois a tecnologia por si só já conseguirá entender o comportamento de consumo em determinadas situações. As redes sociais também são consideradas ricas fontes de informação, principalmente sobre o público mais jovem. “Há muitos elementos que nos dão uma ideia bastante aproximada de tendências, padrões de cores e até mesmo sabores que estarão em alta, e dá pra captar isso de forma muito rápida”, comenta. A agilidade cada vez mais crescente dos consumidores também vem gerando grandes mudanças nos fluxos de lançamento. Antes, empresas chegavam a levar cerca de um ano e meio para desenvolver um novo produto, mas agora algumas delas já realizam esse processo em cerca de seis meses. No entanto, essa busca pelo agora acaba fazendo com que muitas marcas deixem de lado o planejamento a longo prazo. “Conseguimos nesse momento entender com precisão o que teremos em cinco, dez anos, mas nem todo mundo consegue trabalhar com tanta antecedência”, ressalta. Paradoxalmente, essa busca a satisfazer as necessidades atuais de seu público é o que faz com que muitas companhias deixem de ser criativas. “Inovação é um processo de mudança, você pode inovar sem ser criativo ao fazer algo parecido com o que já existe. No entanto, ter novas ideias e criar novas categorias e produtos que sejam interessantes e relevantes é outra coisa. Na Kantar temos muitas pessoas criativas nas equipes para auxiliar nesse tipo de decisão. É preciso gerar mais buzz, obter mais exposição e ser mais criativo”, recomenda Crook. jornal propmark - 18 de fevereiro de 2019 49

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