Views
5 years ago

edição de 18 de março de 2019

  • Text
  • Grupo
  • Marcas
  • Jornal
  • Propmark
  • Brasil
  • Marketing
  • Ainda
  • Campanha
  • Mercado
  • Marca

mercado empatia domina

mercado empatia domina discussões no SXSW Evento, que atraiu volume recorde de brasileiros, esticou a programação para aprofundar temas como blockchain e inteligência artificial djvstock/iStock Claudia Penteado – de austin, eua Os números oficiais do South By Southwest, encerrado em Austin, no Texas, no último dia 17, ainda não foram divulgados, mas estima-se que quase 80 mil pessoas tenham passado pelo maior festival de inovação do mundo, para assistir às mais de 2 mil palestras - de quase 5 mil palestrantes -, workshops, mentorias, pitches, sessões especiais, feiras, inúmeras ativações de marcas e outras tantas atividades feitas para atrair a maior diversidade possível de público, em torno do mais diferentes temas. Não é um prêmio - embora haja algumas premiações, ao longo do evento, para projetos de inovação e de audiovisual. O Brasil teve a maior delegação estrangeira em Austin, com mais de 1.300 brasileiros inscritos. Muitos deles foram pela primeira vez - anunciantes, profissionais de empresas digitais, de tecnologia, de publicidade, produção, conteúdo, mídia, startups, fotógrafos, diretores, PR, artistas, pessoas da cena cultural, uma infinidade de perfis. A Apex-Brasil levou para o evento 40 empresas para participar da feira de negócios e de rodadas de negócios pré- -agendadas. Marco Poli, Chief Investment Officer da Apex-Brasil, falou que no ano passado as empresas participantes da sua delegação fecharam US$ 150 milhões em negócios originados a partir da presença no evento. “Somos parte de um movimento e de um ecossistema global. Temos de assimilar as ideias trazidas pelos outros países e mostrar o nosso conteúdo e as nossas ideias”, disse Poli. De fato, estar no SXSW dá a genuína sensação de se fazer parte do mundo, justamente pelo seu teor abrangente e inclusivo. Não por acaso, temas como empatia, diversidade, humanidade e até mesmo vulnerabilidade estiveram em pauta nesta edição. E política, muita política, uma vez que no ano que vem os Estados Unidos enfrentam novas eleições e há uma nova esquerda se formando, além de candidatos independentes buscando se descolar da tradicional polaridade democrata/republicana da cena americana. Transparência e blockchain também estiveram em alta nas discussões, pós-trauma do excesso de fake news e as sucessivas quebras de confiança pelo uso indevido de dados no ambiente digital. Inovação e tendêncIaS Logo nos primeiros dias das palestras voltadas para inovação - que este no duraram dois dias a mais que o usual, a partir da inclusão de mais discussões sobre inteligência artificial, blockchain e o grandioso e promissor mercado de cannabis - a dupla Jeffrey Katzenberg e Meg Whitman apresentou para a plateia o Quibi. Katzenberg fundou a DreamWorks com Steven Spielberg e Meg, a toda-poderosa ex-executiva do e-Bay, pareceram certos que estão criando a plataforma de conteúdo do futuro, que será tão revo- “De fato, o munDo tem um granDe problema, e vai Demorar um pouco para se reaDaptar e reaDquirir relevância” lucionária quanto o Google, a Amazon, o Netflix. A dupla conseguiu levantar mais de US$ 1 bilhão - de várias redes de TV, estúdios de cinema e empresas como Ali Baba - para montar seu negócio, que pretende contar histórias de maneira totalmente inovadora, privilegiando o formato mobile. A ideia deve se materializar nos próximos 12 meses e vale ficar atento a como eles vão formatar, por exemplo, o conteúdo jornalístico, o que será feito em parceria com a BBC. O mercado de áudio se mostrou promissor, e as marcas deverão ter, daqui para frente, profissionais para cuidar de como elas soam em devices como Alexa, da Amazon. Isso também inclui a produção de podcasts, que cresce em ritmo acelerado especialmente nos Estados Unidos. O NYT, sempre inovador no em- 40 18 de março de 2019 - jornal propmark

Fotos: Divulgação “será que as pessoas têm o Direito De manter a privaciDaDe a respeito De seus estaDos emocionais, mentais, Detalhes biométricos?” Marco Poli: assimilando ideias trazidas por outros países Eco Moliterno: conexões poderosas pacotamento e na entrega de seus conteúdos em diversos formatos e plataformas, amplia investimentos em podcast enquanto entra para o mundo da TV, com o programa The Weekly nos canais FX e Hulu, a partir de junho deste ano. A ideia é contar histórias que nascem dentro da redação do NYT como minidocumentários, e busca ampliar o alcance das histórias, conquistando novas audiências e públicos - para além do ambiente digital, inclusive. “Fazer TV é difícil!”, reconheceu o editor do NYT Sam Dolnick. A inteligência artificial, aos poucos, se integra ao dia a dia das empresas, e se torna menos assustadora do que parece, executando, por exemplo, tarefas chatas e repetitivas e permitindo aos humanos mais tempo para pensar - quem diria? É o caso do uso de bots no jornalismo, tema discutido em um dos painéis do qual participaram The Washington Post (ele mesmo, o jornal adquirido por Jeff Bezos, da Amazon) e a agência de notícias Associated Press. Para ajudar a mídia digital a recobrar a confiança por parte dos anunciantes, a IBM encontrou uma janela de oportunidade e decidiu lançar seu Blockchain voltado para a compra de mídia. Ex-Unilever, Babs Rangaiah, que hoje comanda o marketing da IBM, subiu ao palco do SXSW para apresentar o projeto que já conta com o apoio de diversas empresas, entre elas a própria Unilever, J&J, AT&T e AB InBev, entre outras. Os primeiros resultados de uso da primeira Blockchain adaptada à compra de mídia serão mostrados no próximo Cannes Lions, em junho deste ano. “Há um ganho de transparência, e eu acredito que o modelo pode revolucionar a compra de mídia de uma maneira geral”, concluiu o executivo. O fim da privacidade esteve no centro da apresentação da futuróloga Amy Webb, do Future Today Institute. Amy causou furor no evento ao apresentar três cenários possíveis para cada punhado de tendências bastante preocupantes, que passam, essencialmente, pela tecnologia invadindo nossas vidas a tal ponto Erh Ray: “As agências pensam grande” que não nos sobrará um minuto sequer sem monitoramento. O gigantismo da Amazon, a inteligência artificial embutida em qualquer acessório - do carro ao micro-ondas. Amy divulgou o seu novo relatório de tendências, apontando apenas meia dúzia das 315, de 26 indústrias diferentes. A grande questão, segundo Amy, é para onde vão todos esses dados, e em que eles podem ser usados. “Será que as pessoas têm o direito de manter a privacidade a respeito de seus estados emocionais, mentais, detalhes biométricos?”, questionou. A sorte é que o futuro ainda é o futuro. Ainda dá tempo de fazer diferente e, quem sabe, impedir que cenários caóticos se instalem, de fato. empatIa e emoção Rohit Bhargava, fundador da Non Obvious Company, que costuma dizer que uma tendência é a curadoria e observação de um presente acelerado, também lança anualmente, como Amy, sua lista de tendências, e entre os destaques da de 2019 estão o storytelling com significado (aquele que emociona), além da empatia como inspiração para negócios. Como exemplos, ele citou a Tesco, que criou um caixa especial mais lento, para atender idosos e pessoas com dificuldades cognitivas, e serviços como “netos de aluguel” para pessoas idosas. Empatia talvez tenha sido uma das palavras mais ouvidas durante o SXSW, em diferentes contextos. É uma emoção relativamente simples, que enche nosso cor- Cobertura patroCinada por jornal propmark - 18 de março de 2019 41

edições anteriores

© Copyright 2022 PROPMARK. Mídia especializada no mercado publicitário. Todos os direitos reservados.