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edição de 19 de setembro de 2016

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merCaDo Cris Duclos

merCaDo Cris Duclos recorre à Justiça contra a Vivo para recuperar sua reputação Executiva contratou o escritório Peixoto e Cury Advogados para reivindicar a reintegração de emprego e sindicância de dados Paulo Macedo Afastada da diretoria de imagem e comunicação da marca Vivo há cerca de três meses, a executiva Cris Duclos ingressou com um processo contra a empresa no último dia 13 na 33ª Vara de Trabalho, em São Paulo. O desligamento da executiva foi acompanhado de uma onda de especulações com acusações de atividades irregulares em contratos da área de marketing ligada à Vivo. Cris Duclos reivindica no pedido, com orientação do advogado Antonio Carlos Aguiar, do escritório Peixoto e Cury, a reintegração do seu emprego e abertura de uma sindicância para identificar as prováveis irregularidades na área de marketing do anunciante, que é atendido pela Africa, Y&R e DPZ&T. Ela alega que foi acusada publicamente, “mas sem nenhuma comprovação de desvios ou benefícios financeiros”. Ela deixou a operadora de serviços de telecomunicações no último dia 9 de junho, após oito anos na empresa, por iniciativa do empregador que, segundo ela, não externou nenhuma motivação relacionada a qualquer tipo de fraude na sua área, apenas uma reestruturação interna já prevista. A Telefônica, que controla a Vivo, assumiu na demissão os encargos do distrato com base na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Ainda segundo Cris, a Vivo não fez objeção à opção de compra do automóvel que usava na empresa. Com sua imagem comprometida, Cris quer com a iniciativa judicial que a Telefônica abra os documentos internos que poderiam comprovar seu envolvimento com atividades ilícitas, que teriam sido detectadas por uma auditoria na área solicitada pelo atual presidente da empresa, Amos Genish. Cris Duclos quer comprovar que não teve participação em desvios financeiros durante sua gestão no marketing da Vivo Questionada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), diante do noticiário que deu conta desse procedimento e apontava Cris Duclos como pivô de desvios de até R$ 27 milhões e compra de imóveis como uma propriedade na Fazenda Boa Vista, no interior de São Paulo, a empresa negou que tivesse feito sindicância para apurar as irregularidades identificadas e apontadas no noticiário (blogs, rádios, TVs e sites apontaram Cris Duclos como pivô do problema). A profissional disse que alugou durante um ano um imóvel na área conhecida como vila da Fazenda Boa Vista período que sua mãe, já falecida, permaneceu durante tratamento médico. “O presidente da Telefônica tem casa no local e nos encontramos várias vezes no lá. Abri mão de viagens que fazíamos regularmente para manter a locação do imóvel. Depois, como temos muito amigos no condomínio, continuamos frequentando. Troquei muitos emails com toda a diretoria da empresa. Algumas vezes obtive resposta, mas na maioria das vezes não. Fui acusada de algo que não tem nenhum fato concreto. Por isso, decidi ingressar na Justiça porque, se há algo contra mim, a empresa tem de comprovar e, se não, também. Preciso trabalhar e é o que quero de volta à minha vida. Minha intenção não é uma indenização, apenas comprovar que não tenho nada a ver com essa história”, disse Cris. “Temos uma carreira sólida no mercado e condições de ter o patrimônio que construímos. Compramos um terreno em uma área secundária desse condomínio. O valor divulgado não é o que pagamos. No início nem dei conta da gravidade do Alê Oliveira assunto, estava de férias. Quando retornamos é que vimos a dimensão do problema”, prosseguiu Ricardo Chester, marido de Cris. A reação passiva da Telefônica de não retrucar às informações veiculadas nos canais de mídia teve impacto sintomático na carreira de Cris Duclos. A executiva relatou, no último dia 14, que reivindicava uma promoção para a posição de vice-presidente com Christian Gebara, CRO (Chief Revenue Officer) e seu superior na empresa. No último mês de maio recebeu a notícia, nas suas palavras, de que o empregador tinha outros planos para a área mercadológica e ela não fazia mais parte do projeto. Representante brasileira no júri da competição Creative Effectiveness Lions do Festival Internacional de Criatividade de 2016, em Cannes, Cris tentou 10 19 de setembro de 2016 - jornal propmark

negociar sua saída para uma data posterior à sua participação no evento, para o qual foi indicada e atuou como representante da Vivo, pedido que lhe foi negado. Após o seu desligamento, Cris passou a viver um inferno astral que comprometeu a negociação que estava mantendo com um novo empregador. O headhunter lhe informou que, diante do cenário, não teria como prosseguir com a negociação. Cris não revela o nome da empresa, mas afirma que tem a confiança de retomar a conversa após o desfecho do caso. Segundo fontes, uma das empresas que Cris estava negociando era o Google. O imbróglio também envolveu o seu marido, que é um profissional de criação da publicidade brasileira. No auge do noticiário especulativo, ele estava na equipe de criação da AlmapBBDO, após passagem pela Africa. Chester estava de férias quando foi informado por um colega de agência sobre os boatos. Ele foi citado pelas fontes dos jornalistas como sendo o agente que emitia as notas fiscais das comissões ilícitas. Chester nega e exibiu ao PROPMARK as notas fiscais emitidas contra as agências para as quais trabalhou e trabalha, além dos recibos de depósitos referentes aos seus pró-labores. Chester também fez questão de apresentar o contrato de compra do terreno de três mil metros quadrados na Fazenda Boa Vista, que custou R$ 1,6 milhão. O marido de Cris solicitou uma licença da AlmapBBDO, mas retornou ao trabalho no último dia 10, segundo sua expressão, mas a agência afirma que ele continua afastado das suas funções. “Vou reaver o cargo para que a empresa explique com todas as linhas se a auditoria existiu ou não. Tornarei transparente também os contratos com as agências de propaganda. Tenho certeza que as agências não têm nada a esconder. Só assim terei de volta minha reputação e a do meu marido, vítima também dessa situação”, disse Cris no comunicado à imprensa elaborado pela Giusti Comunicação, do empresário Edson Giusti, que está coordenando a gestão da crise. O advogado Antonio Carlos Aguiar, com base no Artigo 5º da Constituição Federal, no Inciso XIV, também explicou no comunicado que “todo e qualquer tipo de ataque ao patrimônio jurídico do cidadão somente pode ser levado a efeito após lhe ser fraqueado o direito de defesa. O que ela pretende é justamente exercer esse direito, reconhecido como direito laboral inespecífico”. Cris Duclos e Ricardo Chester também contrataram a auditoria financeira Grant Thornton para uma análise dos seus ganhos nos últimos cinco anos. “Abrimos todo o nosso sigilo bancário e fiscal. Abrimos nossa vida. Tudo o que conquistamos foi através de nosso trabalho. Falamos isso desde o o primeiro momento. Vários amigos nos disseram: abram tudo. Mostrem. Para isso, então, contratamos uma das melhores auditorias do mercado para fazer um levantamento minucioso de todo o nosso patrimônio. Não temos nada a esconder”, declararam Cris e Chester através do comunicado oficial. Consultada, a assessoria de imprensa do Grupo Telefônica disse que ainda não fora notificada pelo Ministério Público sobre a questão e, portanto, não poderia se manifestar. jornal propmark - 19 de setembro de 2016 11

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