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edição de 19 de setembro de 2016

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mercado Geração

mercado Geração de diretores enfrenta desafios com novo cenário Criativos da Neogama, Publicis, AlmapBBDO, FCB Brasil, Africa e DM9DDB participaram de painel no Festival do Clube de Criação Mariana Zirondi nova geração de diretores A de criação está assumindo suas funções em um cenário completamente diferente do que há cinco anos. A discussão sobre os desafios enfrentados por esses profissionais foi tema do painel Sob nova direção de criação, durante o Festival do Clube de Criação 2016. Participaram das discussões Fabio Mozeli, diretor de criação da Neogama; Juliana Patera, diretora de criação associada da Publicis Brasil; Romero Cavalcanti, diretor de criação da FCB Brasil; Marcelo Nogueira, diretor de criação da Almap- BBDO; Adriano Alarcon, diretor de criação da DM9DDB; Fabiano Pinel, diretor de criação da Africa. Sair da criação e assumir uma função executiva como a de direção foi apontada pela maioria dos profissionais como uma transição desafiadora tanto para quem sobe dentro da mesma agência quanto para aqueles que são contratados em equipes completamente novas. Marcelo Nogueira, diretor de criação da AlmapBBDO, afirma que a nova função, que se torna mais burocrática, não pode contaminar a essência criativa. “É muito fácil ser movido pelas novas responsabilidades e se afastar do ambiente criativo. Você continua sendo a mesma coisa, mas agora passa a desenvolver projetos e mexer no trabalho dos outros, modificando a forma como usa a criatividade no dia a dia”. Romero Cavalcanti, diretor de criação da FCB Brasil, declara que, ao passar por muitos chefes, é possível se tornar um bom líder. “Ao ter de avaliar o trabalho da sua equipe, não é necessário modificar algo para que aquilo também seja trabalho seu. É mais para dar o aval, para fazer sugestão ou só para reconhecer que ficou muito Romero Cavalcanti: “Antes eu era o pai da ideia, agora eu sou o avô. Estou numa posição mais tranquila, não tenho tanto medo” bom. Antes eu era o pai da ideia, agora eu sou o avô. Estou numa posição mais tranquila, não tenho tanto medo e só fico dando pitaco na criação dos outros”. Adriano Alarcon, diretor de criação da DM9DDB, afirma que gosta da possibilidade de lutar pelas boas ideias. “Minhas brigas como diretor são maiores, porque aposto naquilo que vale realmente a pena. Por isso me sento com a galera e crio junto, acho que essa tem de ser a nossa liderança”. Cavalcanti concorda e vê nos processos a oportunidade de plantar sementes durante as reuniões que as duplas de criação podem colher lá na frente. Os Millennials compõem a grande parte das equipes de criação de agências e esse ponto foi destacado por Juliana Patera, diretora de criação associada da Publicis Brasil. “É interessante porque essa geração quer crescer muito rápido, quer resultados de forma instantânea e, às vezes, muita repercussão trabalhando e realizando muito pouco. Quando percebo que existem pessoas interessadas em crescer, em se concentrar, eu me apego a esses profissionais para caminharmos juntos”. Há alguns anos, os criativos trabalhavam essencialmente para print e filme. Hoje, explica o mediador do debate Fabio Mozeli, diretor de criação da Neogama, o digital mudou a forma como as equipes pensam as campanhas, porque existe uma infinidade de conteúdos que, muitas vezes, são bem mais interessantes do que a propaganda. Os ‘haters’, pessoas que postam comentários de ódio ou crítica sem muito critério, amedrontam muitos criativos. Juliana afirma que ao lançar uma campanha muito planejada por toda a equipe, as redes sociais da marca e da agência foram agredidas e sofreram Divulgação ameaças de pessoas que estavam manifestando suas opiniões sobre o conteúdo. “Eu tenho pesadelos com os ‘haters’”, brinca. Fabiano Pinel, diretor de criação da Africa, afirma que com as tecnologias, a TV e a internet passam a ter a mesma relação do cinema e do teatro. “No cinema, a resposta precisa ser verificada com os críticos, com o sucesso da bilheteria. No teatro, é instantâneo. Com as tecnologias, tudo é imediato, ninguém mais espera para ver as notícias no jornal da noite. A internet desperta os lados de quem não teria lado nenhum”. O diretor Cavalcanti ressalta que hoje mais do que nunca é importante ter quem lide com a gestão de crise. “Precisamos mudar a nossa cabeça de pensar e já desenvolver as possíveis interpretações e crises que aquela ideia pode gerar”, comenta. 20 19 de setembro de 2016 - jornal propmark

executivo da La comunidad dá dicas para quem quer abrir a própria agência José Molla, fundador e CCO da La Comunidad, nos Estados Unidos, compartilhou alguns conselhos sobre abrir uma agência durante o Festival do Clube de Criação 2016. A palestra teve como título Things I wish someone had told me before opening an agency. O primeiro fator ressaltado por ele é que muitas pessoas pensam em abrir uma agência, mas não o fazem. Segundo Molla, não importa o que foi feito antes, qual o currículo ou a carreira. O que faz realmente diferença é a convicção e as intuições. “Você não precisa de um plano detalhado, você precisa de uma missão e acreditar no que você está fazendo. Eu só trabalhei em duas agências antes de abrir a minha e pode crer: grandes trabalhos do passado são tão úteis quanto os regulares”. Molla afirmou que “as três primeiras campanhas vão definir os próximos dez anos de uma agência”, isso porque o dinheiro segue os bons trabalhos. Ele ainda disse que não se pode pensar em abrir uma agência, mas sim em criar uma cultura. “A essência é crucial para fazer a empresa ser grande. A equipe deve estar em sintonia com José Molla é argentino, fundador e CCO da agência La Comunidad, que fica em Miami almapBBdo é a mais premiada no 41º anuário e c&a conquista título de anunciante do ano festival revelou os vencedores do 41º Anuário do O Clube de Criação durante a cerimônia de encerramento do evento, no último dia 12, em São Paulo. A AlmapBBDO foi a agência mais premiada nas categorias de criação, seguida da F/Nazca S&S. O Anunciante do Ano foi a C&A, que é cliente da AlmapBBDO. Além dos vencedores das áreas técnicas e de criação do 41º Anuário, foram homenageados este ano com o Hall da Fama Sérgio W. Muniz “Mineiro” (homenagem póstuma), Julio Xavier e Newton Pacheco. “Foi uma emoção muito grande ser lembrado pelo Clube de Criação e entrar para o Hall da Fama. Eu participei das primeiras reuniões que discutiram a fundação do Clube, em 1975. você e com as suas ideias. Ela deve ‘sentir’ a agência”. Sendo assim, o ambiente de trabalho agradável é outro fator ressaltado por Molla como indispensável para o sucesso Luiz Sanches, da AlmapBBDO, que se destacou na premiação ao lado da C&A Alê Oliveira da agência. “Festas, ações, premiações, interação fazem total diferença. Quer construir confiança em sua equipe? Leve todos no karaokê”, comenta. Alê Oliveira A experiência dos funcionários nem sempre é o mais importante, porque ela pode ser superestimada. Quando as pessoas não têm experiências, por exemplo, elas vêm com ideias frescas, pensamentos sem vícios. “Precisamos ter pessoas brilhantes em volta de nós. Quando você contrata alguém que pensa como você, existe uma perda enorme de diversidade. Tenha a sua mente aberta”. As contratações, de acordo com Molla, não podem ser baseadas nas necessidades que a agência tem, mas sim na agência que se deseja ter. “Não contrate gente que pode fazer trabalho, contrate gente que acredita no que faz”. Os lucros devem ser consequência de um trabalho bem feito. Não se compra motivação, segundo Molla, e, sem ela, a agência vira um escritório. “Aprender a dizer não também é importante, porque não se pode deixar que a cultura do cliente invada a sua. Confronte o conforto, se mantenha experimentando e mudando sempre. Abra sua agência, morra de fome agora e faça milhões depois. O mundo precisa de mais agências independentes”. MZ Eu tinha só 22 anos e estava começando a minha carreira. Tive a honra de ser vice-presidente do Clube em 1982 e 1983. Enfim, estou muito feliz”, afirma Pacheco. O 40º Anuário do Clube de Criação foi lançado durante o festival, com capa confeccionada em ouro. As fotos do ensaio foram produzidas utilizando 20 quilos dede ouro. A edição foi assinada pelo diretor de criação da Neogama, Márcio Ribas. O Anuário reúne as peças de maior destaque da publicidade veiculadas no último ano. “A ideia era refletir na forma do livro o conteúdo dele: ideias e insights preciosos”, conta Ribas. O livro conta, também, com fotos de Gustavo Zylbersztajn, que retratam a busca pela excelência, e seguem o tema “O bom é inimigo do ouro”. MZ jornal propmark - 19 de setembro de 2016 21

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