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edição de 2 de dezembro de 2019

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Com uma carreira

Com uma carreira de mais de 40 anos de sucesso, Gugu acabou tropeçando ao levar ao ar uma entrevista forjada com integrantes do PCC. A repercussão negativa fez o Domingo Legal perder patrocínios e sair temporariamente do ar. Apesar desse episódio, Gugu não esmoreceu e mais tarde acabou se transferindo para a Record TV, onde voltou a fazer sucesso apresentando diferentes realities, como Power Couple e Canta Comigo. Marcelo Silva, vice-presidenmemória Legado deixado por Gugu Liberato vai além das tardes de domingo Reconhecido pelo trabalho na televisão, apresentador também fez sucesso no universo empresarial, da publicidade e do marketing MARINA OLIVEIRA inesperada morte de Gugu A Liberato no fim de novembro gerou comoção entre os brasileiros. O apresentador, que estava há dez anos na Record TV, é símbolo de uma época em que a divisão da sociedade era menos sobre política e mais sobre números do Ibope. Nos anos 1990, Gugu duelou com Faustão a audiência das tardes de domingo e foi em seu palco, no SBT, que o Brasil assistiu à construção de diferentes momentos icônicos da cultura popular, que agora fazem parte da memória coletiva (e dos memes) do país. Se hoje a rodada do Campeonato Brasileiro é realizada nas tardes de domingo, a responsabilidade – parcialmente – é de Gugu, já que a TV Globo mudou o horário do futebol para poder brigar com o Domingo Legal. Mas não foi só em banheira, camiseta molhada e atrações musicais que o apresentador forjou sua carreira. Ele também era um homem de negócios. Foi sob a batuta de sua produtora, que deu vida a grupos como Dominó, Polegar e Banana Split. Afonso Nigro, integrante da formação original do Dominó, ressaltou em suas redes sociais o lado empreendedor de Gugu. “Foi sagaz, visionário, ousado, pioneiro, inovador. Ele tinha tino para os negócios e um olhar marqueteiro raro.” Nos anos 1990, Gugu chegou a ser sócio de Miguel Falabella e Klaus Ebone na casa noturna Fabbrica 5, na Mooca. Também teve uma empresa de exportação e importação de produtos como azeites e suco de banana para a Europa. Outro fenômeno que levava seu nome era a rede de Lojas do Gugu, que vendia utilidades domésticas e toda a sua linha de produtos licenciados, de gi- Além de fazer sucesso como apresentador, Gugu também foi um homem de negócios, tendo investido em diferentes frentes bis a brinquedos. Beto Carrero, habitué de seus programas no SBT, também foi seu sócio numa empresa que tinha sob seu guarda-chuva entre outras iniciativas o Parque do Gugu e o Fantasy Acqua Club. Numa época em que ainda se parava a programação para fazer merchan, o Domingo Legal foi espaço de divulgação para diferentes marcas. Ali o apresentador foi garoto-propaganda de diversos produtos, inclusive dos próprios, e estrelou a campanha Junta, Brasil ao lado de Faustão, para a Nestlé. Ainda nos anos 1990, numa ação orquestrada pela DM9, Gugu recebeu em seu palco todo o elenco dos Mamíferos da Parmalat. “ElE Era uma marca Em nossa programação” Divulgação/Edu Moraes te artístico da Record TV, afirma que Gugu sempre será um dos maiores comunicadores da televisão brasileira. “Completo, fez um pouco de tudo na vida profissional”, diz. O executivo afirma ainda que quando começou a apresentar o Power Couple Gugu fez a ele um pedido. “Queria uma plateia para interagir”. O executivo acredita ainda que o maior legado de Gugu é o carinho que ele conquistou ao longo da carreira. A Record TV decidiu exibir os dois últimos programas de Canta Comigo, que já estavam gravados, mas ainda não têm planos para as atrações comandadas por ele. “Depois, vamos decidir o que fazer em 2020 com esses formatos”, diz Silva. 46 2 de dezembro de 2019 - jornal propmark

opinião New Data Service/Unsplash Causa e propósito na comunicação empresarial Daniela Rios comunicação empresarial tem sido A mais exigida. Se por um lado há uma variação enorme de canais de comunicação para a divulgação em questão de um clique, por outro lado, a forma de percepção de alguém em relação a um produto ou empresa também foi ampliada. Vejo de modo positivo o fato de o canal de comunicação entre pessoas e empresa ter aumentado. Propositadamente estou falando de pessoas e não apenas “consumidor”. Anos atrás, as empresas focavam seus recursos em comunicação com os seus potenciais consumidores e, ao se relacionar, buscavam concentrar seus esforços em comunicar as virtudes de seus produtos e serviços. Hoje, com a abertura de uma linha de comunicação de mão dupla, as empresas não apenas divulgam o que querem e depois “rodam uma pesquisa” com perguntas limitadoras para entender os reflexos da mensagem que tentaram passar... Agora está tudo rápido e combinado com princípios sólidos e consolidados em nosso país, como a liberdade de expressão. Opinar sobre uma empresa não se restringe mais a um “boca a boca”. Hoje, com o acesso à informação e a divulgação com poder de alcance capaz de deixar qualquer “Diário Oficial” cheio de inveja, não há nada mais evidente que questionamentos em relação aos valores éticos, morais etc. A forma que o produto é produzido ou chega às residências também importa. Mudanças internas nas organizações são evidentes. Se antes havia a possibilidade de separar a estratégia com o consumidor da comunicação com o poder público, do contato com jornalistas, daquela realizada para o funcionário, do conteúdo para a celebridade, agora, todas as formas de comunicar devem estar integradas e, mais uma vez, vejo um ganho na amplificação “Foi-se o tempo em que um inFluenciador para mudanças se restringia a uma autoridade” das formas e velocidade que a informação chega. É o velho ditado da vovó “que ninguém engana todo mundo o tempo inteiro” se confirmando. Ainda bem! E nada parece mais democrático que a participação integrada na construção do que é ou não aceitável, seja na política ou na propaganda. A criação de regras de responsabilidade e resolução de conflitos de forma eficaz na ética publicitária tem sido um exemplo de evolução no conteúdo de campanhas. O que outro dia era a forma de comunicar um produto, hoje vira um anexo ao Código de Autorregulamentação Publicitária. Essa aplicação imediata de normas éticas me encanta, provavelmente por ter formação acadêmica jurídica e perceber a lentidão e a infinidade de recursos e gastos com processos jurídicos, sou entusiasta das decisões do Conar, processos que são iniciados com reclamações de concorrentes, consumidores que em poucos dias produzem resultado, sem falar que não tem custo para o consumidor, que pode reclamar do seu e-mail. A decisão é cumprida sem um novo processo de execução e, quando o anunciante bate o pé, o veículo o lembra que trata-se de um Código de Ética. Nada me parece mais evoluído que o cumprimento de decisões de forma rápida, sem ameaça de multa. Foi-se o tempo em que um influenciador para mudanças se restringia a uma autoridade. Hoje, qualquer pessoa tem voz, os instrumentos estão mais variados e um comentário em rede social tem potencial de expor como ela responde, e será avaliada por forma e conteúdo, por milhares de pessoas. Retomando o ponto inicial, vejo que a grande exigência é mantermos o simples, o diálogo aberto, a clareza de causa e propósito, dar voz à essência, ao que se é. Creio que estamos muito perto do feliz momento em que as empresas serão mais conhecidas e reconhecidas pelo que são, do que pelo que escolhem mostrar. Daniela Rios é gerente de relações governamentais da P&G e presidente do Comitê de Relações Governamentais da ABA rios.dg.1@pg.com jornal propmark - 2 de dezembro de 2019 47

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