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edição de 20 de agosto de 2018

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PrêmioS 21 22 23 25 24

PrêmioS 21 22 23 25 24 26 27 28 29 31 30 32 21. Equipe da Ogilvy recebe seus prêmios, incluindo quatro GPs (SP e Brasil) 22. Presidentes do Fenapro e dos Sinapros sobem ao palco em homenagem do Colunistas 2017 23. Keka Morelle recebe o prêmio de Profissional de Propaganda do Ano (Brasil), entregue por Jomar Pereira 24. O Profissional de Propaganda do Ano (SP) é Felipe Luchi (Lew’Lara/TBWA), que recebeu o diploma das mãos de André Havt (NBS) 25. Adonis Alonso (Blog do Alonso) entrega o diploma de Publicitário do Ano (Brasil) para Luiz Sanches (AlmapBBDO), representado por Keka Morelle 26. Alexis Pagliarini (Fenapro) entrega prêmio de Publicitário do Ano (SP) para Fernando Musa (Ogilvy), representado por Sandra Azedo 27. Rafael Urenha (DPZ&T) entrega premiações da TBWA/Media Arts Lab (SP e Brasil) para Francisco Coutinho e Ulisses Razaboni 28. Adonis Alonso (Blog do Adonis) entrega o diploma Ouro em Promo e Live (SP) para The Group, recebido por Fernando Guntovitch 29. Luis Fernando Bovo recebe de Ferrentini o prêmio de Veículo de Mídia Impressa do Ano (SP e Brasil) para o Estado de S.Paulo 30. Paulo Roberto Schmidt (Academia de Filmes) entrega o diploma de Veículo Eletrônico do Ano (Brasil) para a GloboNews, recebido por Claudia Lira 31. Kelly Dores (PROPMARK) entrega o prêmio de Veículo Eletrônico do Ano (SP) para o UOL, recebido por Mariana Perri 32. Anderson Santos recebe das mãos do jornalista Marcello Queiroz o prêmio de Empresa de Mídia Exterior do Ano, para a Ótima 24 20 de agosto de 2018 - jornal propmark

STORYTELLER BartekSzewczyf/iStock A Veja que eu vi Eu tive a conta da Veja por alguns anos, e me orgulho de ter criado o slogan Indispensável LuLa VIeIra Confesso que fiquei muito triste ao tomar conhecimento da situação da Editora Abril. O encolhimento da empresa e a constante onda de demissões me deixam deprimido. Primeiro pela quantidade de excelentes profissionais que perdem seus empregos e depois pelo empobrecimento de nosso mercado editorial, até há pouco tempo um orgulho para os brasileiros. Quando eu digo que são excelentes profissionais que estão perdendo emprego, não o faço por mera gentileza. A Abril sempre foi um ápice na carreira, e pertencer ao time de seus jornalistas era uma garantia de qualidade. Com o necessário perdão pelas comparações, trabalhar na Abril, na Globo, no Estadão e na Zero Hora enriquece o currículo de qualquer um e ser chamado para trabalhar em uma dessas empresas era uma espécie de consagração, assim como era ser chamado pelo falecido JB, pela revista Visão e em uma época pela Rádio Bandeirantes de São Paulo. Mas o que mais me dói é a euforia que se percebe nas publicações nas redes sociais ou nos outros órgãos de imprensa. Parece que comemoram uma vitória. Destilam uma mal disfarçada alegria pelo que está ocorrendo com a ex-maior editora da América Latina. Em boa parte das opiniões é fácil de se perceber o ressentimento. Com as naturais, mas infelizmente raríssimas, exceções, tenho lido pessoas que se vangloriam de ter sido íntimas da direção da casa e demonstram profundo conhecimento acerca das razões da crise. A ser verdade o que tenho lido, centenas de jornalistas alertaram a família Civita quase que diariamente dos enganos empresariais que estavam cometendo. O que – evidentemente – meus botões me alertam que isso não passa de evidente edição de um passado que só ocorreu na memória de quem conta. Outra parte dos comentários que tenho lido, por razões que não consigo atinar, dão destaque ao patrimônio da família, como se tivesse sido construído exclusivamente pela exploração do trabalho escravo, o que não é justo, já que a Abril sempre foi conhecida por manter uma relação bastante séria com seus profissionais. Destaque-se que a empresa sustentou durante muitos anos os enormes prejuízos da revista Veja, pagando alguns dos melhores salários da praça. Seja qual for o motivo, a Veja foi ao fundo do poço e se tornou mais tarde a segunda maior revista do mundo depois de muito tempo corroendo o lucro das Claudias, Caprichos e Pato Donald’s da vida. Eu tive a conta da Veja por alguns anos, e me orgulho de ter criado o slogan Indispensável e estar lá quando o volume de assinaturas ultrapassou o milhão de exemplares. Evidentemente não por causa do meu trabalho. Sou obrigado a dizer que Roberto Civita, embora tivesse uma reunião semanal comigo, jamais me perguntou o que deveria fazer e garanto que, se eu tivesse dado algum palpite, de nada teria adiantado. Eu era um publicitário que fazia anúncios de Veja, nada mais do que isso. Dessa minha fase na vida, me lembro do lançamento da Veja Rio e de uma passagem na sala de Roberto Civita, que virou filme de propaganda muito premiado. Ele reproduz o clima de um histórico dia. Eu estava com o Sabino, diretor-comercial, na sala de Roberto, esperando para apresentar a campanha semanal. Pela primeira vez Roberto atrasou à reunião. Esperei horas. Detalhe: naquele ano Veja iria dar enorme lucro. Finalmente, ele entrou na sala e disse: “Lula, acho que fiz uma enorme cagada. Pedro Collor esteve aqui, abriu o verbo e contou coisas de abalar a República. Autorizei publicar tudo”. Ele sabia que o país poderia virar um pandemônio e que isso prejudicaria os negócios da Abril inteira. O clima de insegurança diminuiria os investimentos em propaganda e os ganhos com eventual aumento da venda avulsa seriam mínimos. Mas era uma notícia. E ele achou que deveria publicar. Não quero fazê-lo de herói. Antevejo até mesmo que serei considerado um ingênuo. Mas seja como for, foi um empresário de coragem. Um cara que sempre achou que seu produto era notícia. E, como diz o filme que fizemos: “não se deve esconder uma notícia”. Lula Vieira é publicitário, diretor do Grupo Mesa e da Approach Comunicação, radialista, escritor, editor e professor lulavieira@grupomesa.com.br jornal propmark - 20 de agosto de 2018 25

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