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edição de 20 de agosto de 2018

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mercado dabldy/iStock Incertezas econômicas impactam otimismo às vésperas das eleições Sondagem política da APP e PROPMARK avalia expectativas do mercado publicitário; executivos de agências têm confiança moderada Danúbia Paraizo Há quem diga que o otimismo pode ser definido pela maneira como se enxerga determinada situação. Enquanto a velha máxima fala que um copo pode parecer meio cheio para alguns, e meio vazio para outros, o mercado publicitário se vê justamente nesse dilema, às vésperas da chegada de um novo governo. Como forma de oferecer um panorama dos humores de anunciantes, agências e entidades representativas do setor, a APP (Associação dos Profissionais de Propaganda), em parceria com o PROPMARK, divulga os resultados de sondagem eleitoral inédita no mercado. Realizado pela Microtarget, empresa que desenvolve canais de comunicação digital para marketing direto, e validado pelo Instituto Methodus, especializado em pesquisas eleitorais, o projeto ouviu profissionais de propaganda em todo o estado de São Paulo. A ideia é compreender seu grau de otimismo neste momento de incertezas políticas e econômicas. “Há vários setores do nosso mercado buscando essas informações para planejar melhor os momentos seguintes de como investir, coisa que nunca foi feita no setor de propaganda. Imaginamos que esse serviço para sondar o comportamento em relação ao cenário eleitorial seja muito bem-vindo”, ressalta Ênio Vergeiro, presidente da APP. A sondagem revelou que tanto agências quanto anunciantes compartilham do mesmo sentimento em relação às eleições. Quando questionados “tendo em vista as eleições de outubro, como você se sente em relação ao cenário do mercado publicitário?”, a maioria respondeu a opção pessimista (41%), seguida pelos que responderam razoavelmente otimistas (35%), NDA (16%) e otimistas (8%). Já quando a pergunta é direcionada ao Simon: “Há descolamento entre mercado e política” sentimento dos clientes em relação às eleições, o quadro se mantém. Os pessimistas corresponderam a 38%, seguidos pela opção NDA (30%), razoavelmente otimistas (26%) e otimistas (6%). O resultado pode ter múltiplas análises, desde cenários negativos quanto interpretações mais positivas. Segundo Eduardo Simon, CEO da DPZ&T e 1º vice-presidente da ABAP (Associação Brasileira de Agências de Publicidade), medidas de otimismo ou pessimismo são sempre uma fotografia de momento, daí a importância de observá-las com cautela. “Em ações em que a democracia está amadurecida, existe um descolamento saudável entre política e mercado. Creio que atingimos esse patamar. Evidente que o mercado sofre com alguma incerteza e especulação, mas temos um mercado maduro, com grandes anunciantes presentes no Brasil e, mais até, dependentes do Brasil para construir seus resultados na região e no mundo”, ressalta. “Essa importância brasileira e seu sempre relevante potencial de consumo me faz crer, e já vemos diversos sinais disso, que o mercado está trabalhando para capturar crescimento vindo da saída de três anos de crise econômica”. De fato, o país deu sinais de recuperação, ainda que tímida, principalmente, no primeiro trimestre deste ano. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 0,4% no período, na 5ª alta seguida na comparação com os três 44 20 de agosto de 2018 - jornal propmark

Divulgação “Há uma grande movimentação de contas e de profissionais neste ano, o que é bom para o mercado. em 2017, as coisas ficaram estagnadas. existe vida, oxigênio quando as contas e pessoas se movimentam” Ênio Vergeiro: “Sondagem eleitoral é bom termômetro” Mario D’Andrea: “Empresas não temem correr riscos” meses anteriores. O bom desempenho, no entanto, acabou sendo atropelado por uma inesperada greve dos caminhoneiros, que praticamente parou o país em maio. Agora, com mais incertezas com relação ao cenário econômico pós-eleição, a expectativa é de cautela, como defende Marcio Toscani, co-CEO e COO da Leo Burnett. “A definição dos candidatos foi feita muito no limite do prazo e ainda falta um conhecimento geral das propostas dos candidatos. A curto prazo acredito que a cautela ainda prevalecerá, mas no médio e longo prazo, a medida que se tenha conhecimento das ações do novo governo, poderemos ter uma mudança de humor, que, tomara, seja positiva”. Essa cautela, no entanto, não pode ser um impeditivo que se continue trabalhando e investindo. Essa é a opinião de Marcio Oliveira, copresidente da DM9DDB. “Quando há cautela, há lentidão, há insegurança, diminui-se investimentos e inovações em produtos. Acho que isso é o que estamos vivendo até aqui. E, nesse ponto, a eleição é uma boa notícia. Porque, independentemente de quem ganhe, pelo menos daremos um passo definitivo. Mesmo que você não goste, não concorde, não acredite no escolhido, isso é exatamente o que teremos e ponto. Cabe a tendo em vIsta as eleIções de outubro, como você se sente em relação ao cenárIo do mercado de publIcIdade? todos nós fazermos mais e melhor de uma vez por todas”. mudança como únIca certeza Diante do duplo panorama de pessimismo revelado pela sondagem, Dudu Godoy, presidente do Sinapro-SP (Sindicato das Agências de Propaganda do Estado de São Paulo), lamenta os humores negativos, mas reconhece que o cenário de mudanças é a única certeza do momento. “É triste ver que quase a metade do mercado está pessimista. Primeiro porque somos um dos segmentos líderes da economia brasileira. Mas entendo que o cenário hoje não está da forma que gostaríamos. O mundo está em movimento de transformação e nós somos parte dessa mudança. Quando olhamos um futuro nebuloso, geralmente olhamos pelo lado ruim, mas acredito que esta nebulosidade será passageira e teremos um cenário mais positivo. Temos todo o potencial para fazer essa retomada”. Essa crença otimista, aliás, orienta 8% do mercado, somada aos 35% que estão razoavelmente otimistas, como revelou a sondagem. Mas para João Livi, CEO da Talent Marcel, o melhor sentimento para categorizar o momento deve ser outro. “Não classifi- 2. 1. OTIMISTAS co o mercado como otimista ou pessimista. Resultados Consolidados Acredito que todos devem ser realistas em relação ao fato de que o ano de 2019 ainda será difícil e de recuperação para o nosso país. O próximo presidente, seja ele qual for, terá muito trabalho a fazer para recuperar a confiança dos investidores e da população, e executar todos os ajustes e reformas necessários ao crescimento do país”. O pensamento vem ao encontro dos dados divulgados pela CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) e do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) sobre o ICC (Indicador de Confiança do Consumidor). O levantamento realizado em julho mostra que, para 84% dos consumidores, o cenário atual se mantém ruim ou muito ruim. Futuro Diante da certeza da mudança, o momento deve ser de retomada de confiança. É o que defende Luiz Sanches, sócio e diretor- -geral de criação da AlmapBBDO. “Há uma grande movimentação de contas e de profissionais neste ano, o que é bom para o mercado. Em 2017, as coisas ficaram estagnadas. Existe vida, oxigênio quando as contas às e eleições? pessoas se movimentam. A gente passa agora por uma processo de retomar a autoestima das agências, e o entedimento de 3. PESSIMISTAS 4. NDA que a gente produz valor para os clientes”. 2.Qual é o sentimento de seus clientes em relação RAZOAVELMENTE OTIMISTAS 34 142 207 165 Qual é o sentImento de seus clIentes 1. OTIMISTAS 2. RAZOAVELMENTE em relação OTIMISTAS às eleIções? 3. PESSIMISTAS 4. NDA 30% 6% 26% 38% OTIMISTA RAZOAVELMENTE OTIMISTA PESSIMISTA NDA OTIMISTA RAZOAVELMENTE OTIMISTA PESSIMISTA NDA Fonte: Microtarget jornal propmark - 20 de agosto de 2018 45

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