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edição de 24 de abril de 2017

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Danúbia Paraizo As

Danúbia Paraizo As recentes discussões sobre brand safety têm posto em xeque a credibilidade da publicidade digital, sobretudo a mídia programática. A compra automatizada ganhou relevância nos últimos anos por utilizar inteligência artificial para veicular campanhas massivas de forma mais rápida e personalizada. A grande questão é que muitos anunciantes não têm controle de em quais sites sua publicidade é veiculada, o que resultou, por exemplo, na descoberta de que estavam financiando, sem saber, sites que disseminam ódio, pirataria, pedofilia e boatos, entre outros assuntos negativos. Para conter o clima de desconfiança no segmento, as adnetworks que representam comercialmente sites verticais têm se preocupado em qualificar o conteúdo dos sites e blogs que integram sua rede. É considerado site vertical a categoria de mídia não noticiosa, fora da imprensa tradicional, que cobre assuntos específicos como ciência, tecnologia, gastronomia, moda e cinema, entre outros. Segundo Rodrigo Tigre, sócio-diretor da Redmas no Brasil, especializada em publicidade digital, o movimento de qualificação das redes é novo e necessário. “Há até pouco tempo essa valorização não existia, mas é uma questão que as marcas estão levando em conta porque, indiretamente, elas podem estar financiando um conteúdo que não é positivo para elas”. O executivo explica que a qualificação dos sites verticais deve passar por curadoria humana, ainda que o processo de veiculação das campanhas seja automatizado. “Esse crivo do conteúdo é muito immercado Segurança na web exige curadoria e transparência de adnetworks Conteúdo qualificado e abertura de URLs onde publicidade é veiculada são estratégias de empresas de mídia programática para conter descrédito Mercado digital caminha para mais transparência na entrega dos sites onde as campanhas são veiculadas portante, apesar de dar mais trabalho”. Para Marina Cunha, CEO da boo-box/ftpi, além da análise constante do conteúdo, tudo começa com a identificação, triagem e relevância dos publishers que integrarão a rede. “Focar na transparência de métricas no ambiente digital também é um dos caminhos, além de abrir espaço para que usuários denunciem conteúdos falsos que estejam sendo compartilhados”. Nesse sentido, os anunciantes são os principais responsáveis pela cobrança por mudanças. Tigre lembra que no Brasil essa cobrança vem principalmente do governo federal, que exige completa transparência na entrega dos sites onde as campanhas são veiculadas. Atualmente, há pelo menos duas formas de compra: “no escuro” (blind), formato “O anunciante tem O direitO de saber quantO custa e quem é cada elementO da cadeia entre ele e O veículO” pixelfit/iStock em que o anunciante não tem acesso à lista onde a campanha foi rodada, mas paga menos pelo serviço, ou “às claras”, em que as adnetworks abrem todas as URLs. “Esta é uma mobilidade que vai crescer, apesar de ainda existir uma grande parcela que compra no formato blind. Às vezes, as marcas procuram por um inventário mais barato, mas não levam em conta essas questões de segurança”. Guilherme Mamede, vice- -presidente de novos negócios da Predicta, concorda com o colega, ressaltando que a transparência deveria ser padrão nas relações comerciais. “Toda compra de mídia deveria ser transparente. O anunciante tem o direito de saber quanto custa e quem é cada elemento da cadeia entre ele e o veículo”. 18 24 de abril de 2017 - jornal propmark

Recife e São Paulo e não deve manter exclusividade com o ABC. De acordo com Wolheim, a empresa traz ainda algo diferente do que o mercado atualmente tem à disposição, com uma operação nascida no Porto Digital, com espírito tech- -empreendedor, hub de conhecimento e tecnologia. Um exemplo disso é o serviço Live 090, no qual a Much- More cria em até 90 dias uma operação para experimentação de projetos que já são estudados há algum tempo. Foi assim para baterias Moura. “Moura precisava entrar no mundo digital, mas tinha uma série de questões e paradigmas. Nós desenvolvemos um projeto de bateria fácil, sem a marca. Operamos em Boa Vista e Porto Alegre com a venda de mais de 100 baterias, agora estamos em processo de expansão para quatro novas pradiGitAl Sodet fecha acordo com Grupo ABC e muda nome para MuchMore Empresa fundada há seis anos, no Porto Digital, no Recife, pretende unir forças para aproveitar oportunidades de mercado e buscar clientes Suzi Cavalari Especial para o PrOPMarK Não saiu do papel a joint venture entre a Sodet, empresa de inovação digital do Porto Digital, no Recife, e o Grupo ABC para o lançamento da MuchMore, anunciado em outubro de 2015. A época do anúncio foi prescindida pela venda do ABC para o Omnicom. Nem por isso, o grupo de Nizan Guanaes e a Sodet deixaram de aproveitar, juntas, boas oportunidades no mercado. Na semana passada, as duas empresas fecharam um acordo operacional. De acordo com Bob Wolheim, head de digital do Grupo ABC, que entra como sócio na operação, a parceria não envolve investimentos financeiros neste primeiro momento. A empresa deixa de se chamar Sodet e incorpora o nome de MuchMore, com a premissa de criar novas fontes de receitas para marcas que já têm maturidade no universo digital por meio de serviços como consultoria, estratégia, criação e operação de novos negócios digitais. O time de sócios conta com Silvio Meira, um dos fundadores do C.E.S.A.R e do Porto Digital, Ariela Primo, Bruno Encarnação e Teco Sodré, além de Wolheim, que segue também com suas funções dentro do ABC. “É um acordo operacional para buscarmos clientes juntos e trabalharmos juntos. Tenho um desfecho da história e, ao mesmo tempo, um recomeço, um ano e pouco depois. Deixamos de sair do zero, com uma joint venture, para uma empresa que tem 40 pessoas, com clientes como FCA, Natura, Votorantim, Itaú Social e Moura”, explica Bob. A MuchMore atua com consultoria, comunicação e tecnologia há seis anos. Opera em Wolheim: “No digital, mais no que no analógico a autossuficiência é muito rara, as coisas são mais intrincadas” “precisamos acertar, mas também errar mais rápido, para corrigirmos e aprendermos” ças, já com o nome Moura Fácil. Podia dar errado, e isso não seria o problema. Porque precisamos acertar, mas também errar mais rápido, para corrigirmos e aprendermos. Essa é a grande diferença em relação às consultorias que são pouco operacionais”, afirma. Chico Max/Divulgação O movimento do ABC em direção à MuchMore faz parte da estratégia digital do grupo, que, segundo Nizan Guanaes, pretende desenvolver um ecossistema com até 20 empresas digitais em três anos, por meio de aquisições/aportes. Para o head de digital do grupo ABC, já foram mapeadas 11 áreas de interesse do conglomerado, com previsão de lançamento ainda neste semestre. Já para a MuchMore, que cresceu 25% no ano passado, a parceria traz o endosso de um grande grupo internacional. “No digital, mais que no analógico, a autossuficiência é muito rara, as coisas são mais intrincadas. As grandes agências brasileiras possuem muitos fornecedores, a produção dedeos não é verticalizada, porém elas têm dentro de casa o core business, que é criação e mídia”, afirma. jornal propmark - 24 de abril de 2017 19

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