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edição de 24 de outubro de 2016

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STORYTELLER O mentiroso

STORYTELLER O mentiroso Numa gloriosa tarde de quarta-feira, me aboletei numa poltrona semileito da viação Sampaio LuLa Vieira Há muito tempo eu tive de fazer uma reunião em Volta Redonda. No dia seguinte deveria ir a Mogi das Cruzes participar de uma convenção das agências de publicidade que atendiam a Volkswagen. Descobri que era muito mais fácil pegar um ônibus executivo que percorre a Dutra nesse trajeto do que voltar ao Rio, ir de Ponte Aérea para Congonhas e depois seguir para Mogi. Portanto, numa gloriosa tarde de quarta-feira, me aboletei numa poltrona semileito da viação Sampaio que faz o trajeto Volta Redonda - Mogi das Cruzes, passando por muitas cidades do Vale do Paraíba. Foi, confesso, uma deliciosa viagem, num ônibus limpo, cheiroso, com ar-condicionado e numa velocidade civilizada, conduzido por um motorista/relações públicas extremamente educado. Nada a reclamar, nem mesmo do posto de gasolina em que o ônibus parou para o almoço, que oferece o maior e mais maluco buffet que jamais eu vi. Na base dos cinco cruzeiros cada 100 gramas, tinha de sushi a rabada, dobradinha e quibe, suflê de palmito e mocotó. Uma suruba gastronômica incrível, mas até que comível, desde que se mantenha uma certa coerência. O feijão, por exemplo, era uma quase obra-prima, embora eu não tivesse encontrado coragem para degustar as ostras, a maionese e o salpicão de galinha. Para beber, tudo que se pudesse imaginar. Cerveja, vinho, todos os refrigerantes e sucos, leite, chás e até água. Caminhoneiros, famílias e solitários passageiros de ônibus disputavam alegremente um informal concurso de bizarrice alimentar, misturando macarrão, feijão, lasanha e rissoles. E uma fatia de tomate para dar cor. O banheiro, limpíssimo, ostentava o classudo e inevitável aviso de todos os banheiros brasileiros: “Favor não urinar no chão”. Um velhinho miúdo e triste ficava de plantão, com uma vassoura por perto, pois alegria de brasileiro é mijar fora do mictório. Voltemos ao coletivo, como diria Adoniran Barbosa. Depois de quatro horas de cochilos e meditações, desembarquei na rodoviária de Mogi das Cruzes, em busca de um táxi que me levasse ao Blue Tree Resort, um super- -hotel nababesco, destinado aos amantes do golfe e convenções da mais alta classe. Hoje estou meio colunista social que recebe jabá, elogiando tudo, mas posso garantir que não estou ganhando nada nem do posto de gasolina, nem da Viação Sampaio e muito menos do Blue Tree. É bem verdade que por uma grana sou capaz de dizer que gosto mesmo é da Cometa, adoro a comida do Bob’s e o único hotel que eu frequento com prazer é o Íbis. Tudo uma questão de acertar o pixuleco, como é moda hoje em dia. Voltemos à rodoviária. De lá peguei um táxi e, com voz autoritária, mandei seguir para o Blue Tree. O motorista voltou-se para mim, olhou meu jeans velhinho e afirmou: “Vai ficar uma nota, pois é depois do perímetro urbano. Tudo bem?” Não entendi a dúvida, mas afirmei que estava tudo bem. E fomos indo. Minutos depois, o motorista me perguntou, cheio de dedos: “O senhor joga golfe?” Eu disse que não. Ele deu um tempinho e voltou: “O senhor conhece o Blue Tree?”. Novamente eu neguei. Ele começou a ficar preocupado. “Quem lhe recomendou esse hotel? O senhor sabe quanto custa?” Eu disse que quem marcou o hotel foi a Volkswagen, e nessa hora quase deu pra ouvir seu suspiro de alívio. Ele não estava correndo riscos. Mas continuou curioso, pois me perguntou o que eu fazia na Volks. Fui obrigado a dizer que trabalhava numa agência de propaganda que atendia a associação dos Revendedores Volkswagen do Rio de Janeiro. Ele tentou entender: “O senhor é publicitário, trabalha para a Volkswagen e veio para uma convenção no Blue Tree, certo?” Eu disse que sim. Ele aproveitou um sinal vermelho, olhou demoradamente para mim e fez a derradeira pergunta, com ar de profundo sarcasmo: “E veio de ônibus?”. Lula Vieira é publicitário, diretor da Mesa Consultoria de Comunicação, radialista, escritor, editor e professor lulavieira@grupomesa.com.br 40 24 de outubro de 2016 - jornal propmark

marcas HP reforça o valor da impressão digital para criação de campanhas Executiva da marca, Doris Brown-McNally visitou o país e apresentou cases, desenvolvidos no Brasil e no mundo, na área impressa BÁRBARA BARBOSA Na semana passada, a executiva Doris Brown-McNally, gerente de desenvolvimento de negócios da área de soluções gráficas da HP, esteve no Brasil para participar de A arte das possibilidades, promovido pela empresa para clientes e representantes do mercado que envolve a mídia impressa, de criativos a dirigentes de associações. Na ocasião, ela mostrou cases que, ao redor do mundo, usaram impressoras digitais da HP para dar vida a projetos Ação de Neutrogena levou para assinantes da revista Caras uma sobrecapa interativa, criada pela DM9DDB e com impressão HP especiais. “A impressão pode mudar vidas”, destacou a executiva ao apresentar cases que ultrapassam o lado comercial de uma criação, como a nova decoração do Hospital Infantil Sant Joan de Déu, de Barcelona, na Espanha, que foi toda feita com impressão HP. O projeto transformou ambientes antes comuns a áreas hospitalares em cenários lúdicos, com impressões coloridas e atrativas para o público infantil em tratamento. Para defender a importância dos projetos impressos, Doris apresentou também projetos de publicidade e marketing que só puderam ser viabilizados graças aos avanços nas tecnologias das impressoras digitais. Doris Brown-McNally, executiva da HP: a impressão pode mudar vidas De fora, destaque para um case de Budweiser, nos Estados Unidos. “Era uma cerveja considerada de pessoas mais velhas”, lembra a executiva de Nova York. A ideia, então, era mudar a imagem da bebida no país para atrair outros públicos. No ano passado, com tecnologia HP, a marca criou 200 mil latas coloridas diferentes para o festival de música americano Music Fest. No total, a ação utilizou 31 designs diferentes, que, combinados, multiplicavam em milhões as possibilidades das latas. Segundo Doris, o movimento viralizou e ajudou a mudar a imagem da marca e a transformar as latinhas em uma edição colecionável. NacioNal Do Brasil, Doris destacou o case de Neutrogena Deep Clean, linha de produtos de maquiagem, que no ano passado criou uma sobrecapa especial e interativa para a revista Caras, também feita com equipamento HP. Na ocasião, mais de 25 mil assinantes do título receberam a publicação com Fotos: Divulgação e Alê Oliveira o impresso, quando criativo e inovador, é eficaz e transcende seu alcance para outros meios a atriz Giovanna Ewbank com maquiagem. Junto, foram entregues lenços demaquilantes da marca para remover a maquiagem da foto da atriz. A ação, criada pela DM9DDB, gerou grande buzz, inclusive no meio digital. Para a executiva, uma prova de que o impresso, quando criativo e inovador, é comprovadamente eficaz e transcende seu alcance para outros meios. Ainda entre os cases nacionais, Doris destacou a capa do 40º Anuário do Clube de Criação, confeccionada toda em ouro e lançada no mês passado, com assinatura do diretor de criação da Neogama, Márcio Ribas. jornal propmark - 24 de outubro de 2016 41

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