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edição de 25 de abril de 2016

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STORYTELLER Brava Gente

STORYTELLER Brava Gente (I) Não é de hoje que convivemos com crises, lambanças e confusões LuLa Vieira Daí o homem declarou que: “República no Brasil é coisa impossível porque será uma verdadeira desgraça. O Brasil está muito mal-educado para republicanos. O único sustentáculo para este país é a monarquia”. Quem foi este homem? Pasmem. Nosso primeiro presidente. O proclamador da República, Deodoro da Fonseca. Depois desse profundo raciocínio, por causa da chamada Questão Militar, uma série de conflitos entre o governo imperial e os oficiais do Exército, mudou de ideia e passou a conspirar contra a monarquia. Virou o primeiro presidente da República, mas acabou renunciando para não ser deposto pelas armas, tal como ele fizera com D. Pedro II. Seu sucessor, um tirano, Floriano Peixoto – o Marechal de Ferro – fez tantas que conseguiu unanimidade contrária, inclusive dos grandes intelectuais da época, entre eles Olavo Bilac. Tendo eles – os intelectuais – preparado uma passeata de protesto, Floriano pegou um bonde e prendeu todo mundo. Não satisfeito saiu prendendo os opositores. O Congresso começou a discutir a legalidade de seus atos. Floriano sentenciou: “ fiquem aí discutindo que eu vou prendendo”. Um poeta. Fez todas as loucuras possíveis, de tabelar preços de alimentos a congelar aluguéis, mas entrou pelo cano quando mexeu com o que não devia. Por um motivo maluco qualquer mudou a data do Carnaval de 1892, transferindo a folia para junho. Daí foi demais. O povo se revoltou. Essas histórias, fartamente documentadas, estão no livro Guia politicamente incorreto dos presidentes da República, do escritor Paulo Schimidt. É do livro que retiro uma citação de Oswald de Andrade sobre o governo de Floriano: “Ditadura é sempre letargia. Alegam os amigos de governos fortes que somos crianças demais para ter nosso porvir nas mãos. Puro erro. É tropeçando e caindo que a gente aprende a caminhar”. Continuo no livro. O próximo presidente foi o primeiro civil eleito no país: Prudente de Morais. O Biriba. Paulista de Itu, Prudente de Morais, também conhecido como Prudente demais, foi um articulador. Conseguiu segurar as Forças Armadas, reatou as relações com Portugal e pacificou as relações com a Itália. Doente, foi substituído pelo vice que nada fez de importante além de colocar boa parte do Exército para ser aniquilada em Canudos. Por três vezes os jagunços de Antonio Conselheiro saíram vitoriosos das batalhas contra os soldados. Quando Prudente voltou, não lhe restou outra saída a não ser enviar a quarta expedição a Belo Monte, o que significou a maior chacina de nossa história. Indo e vindo no governo, por causa da saúde precária, Prudente de Morais conseguiu terminar seu mandato e passou o cargo ao também paulista Campos Salles. Esse, apesar de formação acadêmica sólida, era, segundo os que conviveram com ele, uma besta. Entre outras frases de rara inteligência, disse que nunca consultava as opiniões alheias pois corria o risco de modificar as suas. No fundo, acabou falando o que muita gente pensa até hoje, ainda mais quando chega ao poder. Acreditando ser financista, viajou para Londres e fez um gigantesco empréstimo na Casa Rothschild para... pagar os juros que o país devia aos Rothschild. Deu como garantia a hipoteca da Estrada de Ferro do Brasil, a renda da Alfândega do Rio de Janeiro e a renda do abastecimento de água do Distrito Federal. Para fazer frente à situação, aumentou brutalmente os impostos, falindo empresas, destruindo a incipiente agricultura e levando o país a uma incrível recessão. Quase mulato, detestava pretos, a ponto de não permitir a presença de tripulantes dessa cor no navio que o levou à Argentina. José do Patrocínio, em seu jornal A Cidade do Rio apontava: “o presidente é um branco de segunda. Tem a testa do moçambique e os quadris do Cabinda, as pernas curtas do tapuia”. Foi embora do Catete sob uma chuva de vaias e legumes podres. Foi escoltado até a estação ferroviária, onde voltou para sua fazenda em Campinas, endividado. Como se vê, não é de hoje que convivemos com crises, lambanças e confusões. Volto na semana que vem com mais algumas histórias, repetindo sempre (e recomendando o livro) que estou principalmente me baseando no Guia politicamente incorreto dos presidentes da República que, por sua vez, se baseou em farta documentação de época. Pretendo continuar, pois é sempre bom saber que não se faz um país de um dia para o outro. Lula Vieira é publicitário, diretor da Mesa Consultoria de Comunicação, radialista, escritor, editor e professor lulavieira@grupomesa.com.br 32 25 de abril de 2016 - jornal propmark

digital NicoELNino/Shutterstock Especial mostra o crescimento, as mudanças e a importância do setor Nas próximas páginas, o leitor encontra informações sobre o quanto o segmento mudou e corre atrás hoje para se adaptar ao novo consumidor Claudia Penteado e neusa sPauluCCi Pointlogic – uma empresa A do Grupo Nielsen –, a S4M e a Tapestry tiraram um “snapshot” do mercado brasileiro de dispositivos móveis, explorando usos, atitudes e comportamentos de adultos entre 16 e 64 anos usuários de celular (90% smartphone, 10% convencional). Turminha hiperconectada, fica em média 20,7 horas por semana online, sendo que 38% da amostra acaba ficando mais de 30 horas semanais. São 92% os que confessam que ficam online várias vezes ao dia. Sua visão sobre a publicidade digital é o destaque do estudo e aponta tendências importantes como, por exemplo, a opinião sobre seu papel para oferecer informações úteis, apresentar novos produtos ou marcas que possam interessar. Dos entrevistados, 87% concordam que o seu telefone os ajuda a ser mais eficientes de uma maneira geral e 89% gostam quando as empresas oferecem anúncios úteis, que os ajudam a ser mais eficientes. A publicidade deve estar de acordo com os seus termos: 78% afirmam que ela não incomoda se apresentar algo útil, que anúncios são mais bem- -vindos do que o conteúdo em sites. 76% afirmaram que preferem que as empresas entendam automaticamente o que eles gostam, e enviem informações com base em seu comportamento passado. É a era do Big Data que, para a alegria do usuário de celular, ajuda muito mais do que atrapalha as suas vidas no ambiente mobile. Os vídeos online tomam 57 minutos, em média, por semana dos brasileiros e não há previsão de queda nas atividades em dispositivos móveis. Quase todos vêm fazendo mais em seu telefone do que antes. 80% dizem que farão mais coisas em seu telefone no ano que vem. Mais da metade dos proprietários de telefones celulares estão muito interessados em usar o aparelho para verificação de identidade. Interessam a eles capacidades móveis como transportar informações pessoais (53%) ou usar o telefone para fazer check-in em edifícios ou outros locais (52%). Pois bem. Estas são informações importantes que norteiam o mercado como um todo nos dias de hoje. Até pouco tempo atrás se dizia que a mídia digital caminhava a passos largos em direção ao mobile, mas esse tempo já chegou. Por isso, o PROPMARK preparou um especial sobre o segmento, o qual o leitor pode conferir nas próximas páginas. Para se ter uma ideia do que vem por aí, Cris Camargo, diretora-executiva do IAB Brasil, afirma que o grande desafio do setor atualmente é fazer com que a publicidade em mobile “seja uma experiência para o consumidor tão boa quanto tem sido ou já foi em outros meios”. Para Fabiano Destri Lobo, diretor-executivo para América Latina da MMA (Mobile Marketing Association), o mercado brasileiro está maduro. A curva de maturidade, segundo Lobo, é clara e “muitas marcas estão investindo cada vez mais em mobile”. Ele garante que o setor “mais que dobrou” em 2015. Neste especial, você vai ver também que jovens empreendedores criam novas plataformas, visando tornar a mídia digital cada vez mais assertiva. Além disso, os anunciantes e as emissoras buscam público fora do ambiente convencional da TV, tudo em função da mudança de hábito da população, que não se limita mais apenas à internet. São as chamadas estratégias multitelas, que se tornaram essenciais para marcas e veículos. Tudo isso e mais um pouco estão nas próximas páginas deste especial. Boa leitura! jornal propmark - 25 de abril de 2016 33

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