Views
1 year ago

edição de 27 de maio de 2024

  • Text
  • Wwwreferenciagecombr
  • Paulo
  • Propmark
  • Mundo
  • Maio
  • Ainda
  • Marcas
  • Marketing
  • Marca
  • Mercado
  • Brasil

esg no mkt Alê Oliveira

esg no mkt Alê Oliveira Cisne Verde: abra as asas sobre nós! “Os sistemas econômicos e sociais atuais estão falhando em abordar efetivamente esses desafios” Alexis Thuller Pagliarini Os atuais acontecimentos, principalmente a tragédia no Sul do país, nos faz refletir sobre a capacidade humana de reverter um processo de degradação ambiental que vem afetando nossas vidas. Dessa reflexão, resgatei o conceito de Green Swan (Cisne Verde), de John Elkington, exposto no livro ‘Cisne verde: O futuro do capitalismo’ (título original ‘Green swans: The coming boom in regenerative capitalism’). No livro, o autor apresenta uma visão transformadora para o futuro do capitalismo, fundamentada na necessidade urgente de enfrentar as crises ambientais e sociais do nosso tempo. Os “Cisnes Verdes” são apresentados como soluções inovadoras e regenerativas que não apenas resolvem problemas, mas também abrem caminho para um crescimento sustentável e um futuro mais resiliente. Elkington introduz o conceito de “Cisnes Verdes” em contraste com os “Cisnes Negros” de Nassim Nicholas Taleb. Enquanto os Cisnes Negros são eventos imprevisíveis de grande impacto negativo, os Cisnes Verdes são inovações que trazem impactos positivos significativos e transformadores. Eles são disruptivos e têm o potencial de mudar sistemas inteiros, resolvendo problemas ambientais e sociais enquanto criam novas oportunidades econômicas. O livro destaca a urgência da crise climática, apontando para a necessidade de uma ação imediata e coordenada. Os sistemas econômicos e sociais atuais estão falhando em abordar efetivamente esses desafios, o que resulta em uma degradação contínua dos ecossistemas e no aumento das desigualdades sociais. A mensagem central é clara: sem uma transformação significativa, os impactos negativos continuarão a se intensificar. Elkington propõe então uma transição para um capitalismo regenerativo, que não apenas minimiza os danos, mas também restaura e revitaliza ecossistemas e comunidades. Este novo modelo econômico se baseia em práticas que promovem a sustentabilidade em todos os níveis, desde a produção até o consumo. A inovação tecnológica e empresarial desempenha um papel crucial aqui, proporcionando as ferramentas e processos necessários para criar sistemas verdadeiramente sustentáveis. As empresas estão na linha de frente desta transformação. Segundo o autor, elas devem liderar o caminho, adotando práticas que incorporem critérios ESG. Isso envolve uma mudança fundamental na forma como os negócios operam, priorizando a sustentabilidade não apenas como uma responsabilidade, mas como uma oportunidade de crescimento e inovação. O investimento em soluções verdes não é apenas uma estratégia ética, mas também financeiramente sensata, pois as empresas que lideram em sustentabilidade tendem a ser mais resilientes e lucrativas a longo prazo. A transformação necessária é sistêmica e requer colaboração entre todos os setores da sociedade. Governos, empresas, organizações da sociedade civil e indivíduos devem trabalhar juntos para criar políticas e práticas que incentivem a sustentabilidade. Políticas públicas que promovem incentivos para práticas verdes e penalizam comportamentos prejudiciais são essenciais para este processo. Apesar dos desafios, Elkington mantém uma visão otimista para o futuro. Ele argumenta que, com ação imediata e coordenada, podemos criar um mundo onde o crescimento econômico e a sustentabilidade andem de mãos dadas. A adoção dos princípios dos Cisnes Verdes por parte das empresas é fundamental para alcançar esse futuro. Adotar práticas regenerativas e sustentáveis não é apenas uma responsabilidade social, mas uma oportunidade para liderar a próxima grande onda de inovação e crescimento. Ao se posicionarem na vanguarda desta transformação, as empresas não só contribuirão para a resolução dos maiores desafios globais, mas também garantirão a própria resiliência e perenidade. Que venha uma revoada de cisnes verdes sobre nós! Alexis Thuller Pagliarini é sócio-fundador da ESG4 alexis@criativista.com.br 34 27 de maio de 2024 - jornal propmark

negócios & sustentabilidade Alê Oliveira A ética como estratégia para a sua marca Ricardo Esturaro é escritor, administrador de empresas e especialista em marketing, estratégia e sustentabilidade ricardo@esturaro.com Ricardo Esturaro Trilhar o caminho da conduta ética nos negócios não é uma tarefa simples. O marketing, por exemplo, envolve uma relação complexa entre a marca, o consumidor e outros diferentes grupos, cada um com expectativas distintas e, às vezes, conflitantes. Os acionistas buscam o lucro, os consumidores querem o melhor produto pelo melhor preço, enquanto a sociedade espera das empresas o pagamento de impostos e o uso responsável dos recursos naturais. A complexidade se intensifica para as empresas com operações globais, que enfrentam uma variedade de situações legais e culturais que exigem um equilíbrio delicado entre os interesses de diversos stakeholders. Nesse contexto diversificado de demandas, a importância de construir uma reputação empresarial fundamentada em princípios éticos se destaca como um diferencial crucial. No mundo de negócios, onde a confiança é o alicerce das relações comerciais, essa reputação se torna um ativo intangível de valor inestimável, cuja perda é difícil de reparar. Os riscos associados a escândalos e crises decorrentes da falta de ética empresarial são abundantes, como demonstrado pelo infame caso da Enron nos Estados Unidos ou, mais recentemente, o envolvimento das Lojas Americanas e seus acionistas no Brasil. Honestidade, transparência e integridade devem ser as bases em todas as etapas da implementação da estratégia de uma marca, desde a interação nas redes sociais até o lançamento de novos produtos. É cada vez mais evidente que os deslizes na conduta corporativa podem acarretar em danos profundos à reputação de uma marca ou empresa, especialmente em um ambiente marcado pela superexposição das mídias sociais. É inegável que a tomada de decisões empresariais é um processo dinâmico e contínuo, em que os profissionais são frequentemente confrontados com dilemas complexos no cotidiano corporativo. Esses dilemas demandam habilidades para navegar em uma “área cinzenta”, onde nem sempre está claro o que é certo ou errado. Nessa situação, os líderes desempenham um papel crucial e devem buscar os resultados comerciais sem negligenciar a construção de uma cultura ética dentro de suas organizações. Esses dilemas cotidianos são amplos e demandam um pensamento crítico e uma abordagem ética que deveriam ser os pilares na formação dos administradores de empresas. No entanto, é preocupante observar que os cursos das principais escolas de administração dedicam pouca atenção à ética em seus programas, evidenciando uma lacuna na formação dos futuros líderes empresariais. A percepção da ética nos negócios evoluiu de um simples requisito regulatório para um imperativo estratégico, compreendendo que “legal” e “ético” nem sempre são sinônimos. Ser ético significa, estrategicamente, antecipar-se à legislação ou ao escopo de controle governamental, promovendo uma cultura de integridade e responsabilidade que abrange considerações mais amplas, incluindo sustentabilidade ambiental, responsabilidade social e transparência nos negócios. Uma das maneiras mais eficazes de promover a ética empresarial é assegurar que ela esteja enraizada na cultura e nos valores da empresa. Contudo, é importante ressaltar que não basta apenas ter um conjunto de valores e uma declaração de missão. Empresas genuinamente éticas precisam viver esses valores todos os dias, o que reforça ainda mais o papel do exemplo por parte dos líderes empresariais. A ética não é apenas um imperativo moral, mas também uma estratégia sólida para os negócios, fundamental para estabelecer e manter relações duradouras com todos os stakeholders. “Deslizes na conduta corporativa podem acarretar em danos à reputação” jornal propmark - 27 de maio de 2024 35

edições anteriores

© Copyright 2022 PROPMARK. Mídia especializada no mercado publicitário. Todos os direitos reservados.