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edição de 29 de agosto de 2016

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míDiA DanAds,

míDiA DanAds, de publicidade online, é representada no Brasil pela Alumni Veículos de comunicação podem otimizar negócios com sistema white label que permite a utilização de formatos customizados Paulo Macedo Alumni, do empresário A Enio Vergeiro, em parceria com Fernando Mariano, da Multimedia, com sede nos Estados Unidos, está fazendo a representação no mercado brasileiro da DanAds, empresa sueca de automação comercial que desenvolveu uma plataforma com templates customizados com o sistema white label. Os anúncios, nos seus respectivos formatos, ficam prontinhos para veiculação exigindo apenas a inserção dos conteúdos, uma solução considerada ideal para veiculos de comunicação. Após a instalação, jornais, rádios, canais digitais, emissoras de televisão e revistas poderão inserir suas marcas com as especificações de centimetragem, pixels e secundagem, preços e prazo para as agências e anunciantes fazerem suas opções. As reservas, por assim dizer, são realizadas como nos e-commerces de viagem, mas os prazos precisam ser respeitados, caso contrário caducam. Vergeiro já atua há cerca de um ano com a DanAds, mas só agora, com a vinda no último 23 dos idealizadores e sócios, o CEO Istvan Beres, e o executivo Peo Persson, fez o lançamento oficial do serviço. Os jornais Gazeta do Povo e Diário de Pernambuco já estão fazendo uso da interface de ad-desk que fica interligada aos sevidores de publicidade, e aos sistemas de CRM (Customer Management Relationship). “O serviço que prestamos ajuda os veículos a ter o próprio ad-desk em algumas semanas”, diz Persson, lembrando que o Google, Facebook, Twitter e Instagram, “estão entre as empresas mais bem equipadas para monetizar anúncios Enio Vergeiro, da Alumni; Peo Persson, da DanAds; Fernando Mariano, da Multimedia; e Istvan Beres, da DanAds “Para enfrentar a comPetição do facebook, a mídia tradicional Precisa criar o mesmo serviço, oferecendo sua longa lista de Pequenos e médios anunciantes e todo seu esPectro de Produtos Para internet, mobile e meios imPressos” automatizados”. Ele completa: “Para enfrentar essa competição, a mídia tradicional precisa criar o mesmo serviço, oferecendo sua longa lista de pequenos e médios anunciantes e todo o seu espectro de produtos para internet, mobile e meios impressos”. Na avaliação de Vergeiro, o modelo white label é uma saída para o mercado brasileiro. Os interesados precisam fazer um cadastro e depois estão aptos a utilizar o sistema da DanAds. No caso das agências, é necessário a inscrição no Cenp (Conselho Executivo das Nortmas- -Padrão). “As informações são confidenciais. O melhor é que a opção do inventário vem com CPM (Custo por Mil), quantidade de views e outras formas de mensuração. Para confirmar a compra, basta apenas enviar Alê Oliveira um e-mail order, que representa a antiga PI (Pedido de inserção). Tudo é plug and play. Os pagamentos podem ser feitos por paypal e cartões de crédito”, explica Vergeiro. A DanAds é comissionada com um percentual do volume de vendas. O design de cada anúncio custa US$ 10, mas o veículo pode monetizar e cobrar um preço maior. “Quero deixar claro que essa plataforma não tem absolutamente nada a ver com mídia programática. É um produto bem objetivo, que ajuda os veículos a atrair mais anunciantes para o seu portfólio de negócios. Em um cenário de concorrência extremada, essa solução é sob medida para os publishers incrementarem suas ofertas comerciais. E os relatórios são em tempo real”, finaliza Vergeiro. 64 29 de agosto de 2016 - jornal propmark

STORYTELLER Escarafunchando O que nós fizemos com o tempo que ganhamos graças à tecnologia? LuLa Vieira Estou lendo, deliciado, o livro de Alberto Villas Onde foi parar nosso tempo? É daqueles que a gente torce para que não acabe. Villas é um jornalista, atualmente na TV Globo, dono de um texto envolvente. São lembranças de sua infância e juventude, contadas sem melancolia, mas que nos transporta para um tempo que passou de forma bem-humorada e terna. Neste livro a grande pergunta é exatamente essa: o que nós fizemos com o tempo que ganhamos graças à tecnologia? O que estamos aproveitando com os minutos, as horas, que perdíamos esperando o telefone dar sinal, apontando lápis, engraxando sapatos, esperando a TV esquentar, rebobinando fita de VHS? Hoje num mundo mais rápido, tudo é instantâneo e era de se supor que esse tempo poupado seria investido em coisas mais úteis, prazerosas, enriquecedoras. O livro não encontra respostas, mas a lembrança do tempo que ficávamos lavando cachorro, dando corda no relógio, escrevendo cartas é deliciosa e incentiva a recordar outras atividades que desapareceram com a tecnologia e – pensando bem – não eram tão chatas como imaginávamos. Eu, por exemplo, me lembrei de nossa profissão quando comecei a trabalhar. Naquela época, por exemplo, produzir um simples anúncio para jornal pedia uma quantidade de providências e materiais – ou seja: tempo. Os títulos eram escritos a mão por letristas especializados (“puxar letras” era o jargão). O corpo do texto (chamávamos de copy) era encomendado para uma gráfica que compunha letra por letra, para fazer o que era chamado de Glacê. A ilustração ou foto era encomendada para os fornecedores externos. Horas ou dias depois chegavam, trazida por mensageiros, os materiais: o glacê do copy, as letras do título, a ilustração ou a foto, as reproduções das marcas. Entrava em cena o montador, que, munido de uma faquinha Olfa, ia recortando aqueles materiais todos e montava num cartão besuntado de cola de sapateiro. Depois da arte-final, era coberta por uma folha de papel manteiga e enviada para a clicheria. Antes, porém, passava pelo revisor e pelo diretor de arte que sobre o papel manteiga indicava que tipo de intervenção deveria receber cada uma das partes do clichê: os pontos da retícula, o tratamento das áreas em traço e assim por diante. Horas depois vinha o clichê, que era novamente revisado e enviado para o jornal. Naquele tempo, jornal recebia anúncios no balcão. A edição de domingo do Estadão, por exemplo, era fechada às cinco da tarde da sexta. Ou seja: as agências que quisessem entrar no jornalão de domingo deveriam entregar os clichês até às cinco na Rua Major Quedinho. Não havia tolerância. O diretor comercial do Estadão era um senhor chamado José Maria Homem de Montes, que não dava a menor colher de chá para anunciante nenhum. Para se ter uma ideia, a revista Propaganda perguntou uma vez para ele por que o Estadão não tinha representantes (ou “contatos”). Ele respondeu: “tudo que ‘O Estado’ tem a dizer para as agências está impresso na nossa tabela de preços”. Eu tenho esse número da revista Propaganda – não se trata de lenda. Se uma agência reservasse um espaço no jornal e o boy não conseguisse chegar a tempo com o clichê, o espaço saia em branco com um texto: “espaço reservado para a agência tal”. E a fatura era expedida. E seria paga, pois um único dia de atraso significava o corte imediato do crédito. E uma agência sem crédito no Estadão, no Jornal do Brasil, no Correio da Manhã, na Folha, não existia. Um comercial de TV filmado significava captar as imagens, revelar o filme, montar o copião na moviola, montar o negativo, colocar o som, fazer a primeira cópia, corrigir a cor, mandar para a “truca” para fazer os efeitos e colocar a assinatura. Tudo isso em 35 milímetros. Como a TV trabalhava com 16 milímetros, aprovada a cópia em 35, era preciso encomendar as “reduções” para aquela bitola. Uma cópia para cada inserção do dia. E revisar tudo isso antes de enviar para a emissora. Ainda por cima era necessário encomendar os serviços de uma empresa chamada TV Fiscal, que conferia se a “estação” transmitia o comercial nos horários comprados. Havia no departamento de mídia da Thompson um cidadão chamado de sr. Assunção, que andava de carro em todas as rodovias do Brasil para observar se os painéis de estrada eram devidamente exibidos. Estou falando sabe de que ano? Anos 1960! Pouco mais do que anteontem. Hoje a gente – em tese – pode fazer um anúncio em duas horas, um comercial em dois ou três dias e nem existe mais profissões como o montador de anúncio, o letrista, o arte- -finalista. Ganhamos tempo, diminuímos despesa com pessoal. Somos aparentemente mais rápidos, mais eficientes. Deus que me perdoe o lugar-comum. Mas estamos sendo mais felizes? Lula Vieira é publicitário, diretor da Mesa Consultoria de Comunicação, radialista, escritor, editor e professor lulavieira@grupomesa.com.br jornal propmark - 29 de agosto de 2016 65

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