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edição de 29 de julho de 2019

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inspiração Muito além

inspiração Muito além das palavras Reprodução/Arquivo pessoal “D.H. Lawrence tem uma frase famosa que começa assim: ‘Eu nunca vi um animal selvagem sentir pena de si mesmo’” RodRigo CeRveiRa especial para o PRoPMaRK Sou uma pessoa de palavras. Em um mundo visual, amo a liberdade das palavras. Porque me permitem imaginar. O imaterialismo, a possibilidade da interpretação, o tom com que são ditas, lidas, captadas e compreendidas por nossas sinapses são a segunda forma mais simples, verdadeira e não intelectual de emoção, logo depois do sentir. Palavras definem atos e atos definem pessoas. O que me inspira são pessoas, seus atos e as palavras que, em um ciclo fechado, as definem. Amo a coragem. Por isso me inspiro em todas as pessoas que têm a coragem de ir contra o estabelecido, a complacência, a forma fácil, o medo do novo, o desejo do garantido, a segurança que cobra o preço das convicções e impõe o silêncio falso de quem acha que tem algo a perder. Amo a originalidade. Por isso me inspiro nas pessoas que buscam o novo, que investem seu tempo, intelecto, coração e alma para construir algo antes nunca tentado. Que aceitam o desafio suave de contar uma nova história para ouvidos ainda virgens, que têm a delicadeza e a paciência de contar e recontar esta mesma história, porque ela representa mais do que uma narrativa, mas uma nova convicção. Amo a tenacidade. Por isso me inspiro em pessoas que continuam, que não param diante da primeira pedra no caminho ou do primeiro “não”. A pedra você contorna, o “não” você acolhe como aprendizado e transforma em incentivo. O mais importante: vá em frente. “Move on” é a forma mais nobre de dignificar o seu tempo e o seu esforço. Com tenacidade, você chega lá. Amo o amor. Por isso me inspiro em pessoas que têm a segurança de amar de verdade. Por mais sem sentido que pareça, amar o outro é um exercício de desprendimento e de se deixar levar. Quem ama se doa ao outro – e se doar ao outro é sair de sua zona de conforto, de seu ponto de equilíbrio. Quem dá amor recebe amor. Amo acreditar. Por isso me inspiro em pessoas que têm a humanidade de acreditar. Em alguma coisa, em uma história, em uma fé, em um futuro, em uma ideia e, o mais importante, em outras pessoas. Em tempos de distanciamento digital, acreditarmos uns nos outros nos torna mais fortes. Amo a empatia. Por isso me inspiro em pessoas que a todo o tempo nos dão lições de como nos colocarmos no lugar do outro nos faz, de fato, diferentes das outras espécies. D.H. Lawrence tem uma frase famosa que começa assim: “Eu nunca vi um animal selvagem sentir pena de si mesmo”. Verdade. Mas se temos a coragem, a capacidade de pensarmos de forma original, a tenacidade para resolver problemas, o amor pelos outros e a capacidade de acreditar, temos a possibilidade de ir além da pena: a obrigação de nos ajudar. Rodrigo Cerveira é CSO da Z515 24 29 de julho de 2019 - jornal propmark

opinião altmodern/iStock Qual é seu problema de negócios? AlexAndre WAclAWovsky Novos modelos de negócios surgem diariamente. As primeiras empresas da “Nova Economia” já estão estabelecidas. Nós, pessoas, às vezes, disfarçados de consumidores, estamos cada dia mais empoderados pelas tecnologias digitais. Aquele mundo de escassez ao qual fomos educados, habitávamos e onde grandes negócios cresceram e prosperaram, deu lugar a um mundo de incertezas, em constante mudança, com abundância de alternativas e caminhos. Iniciativas e modelos de negócios vencedores do passado talvez não funcionem mais atualmente e arrisco a dizer que certamente não serão efetivos no futuro. A razão é simples: o ambiente de negócios mudou, as pessoas mudaram, os problemas mudaram. E para muitos negócios, esse futuro já chegou ou está bem próximo. O mundO já mudOu. nós é que estamOs em cOnstante prOcessO de transfOrmaçãO Anunciantes, veículos e agências estão em busca de soluções, de novas fórmulas, novos modelos mais efetivos, porém em situações de medo ou risco, a natureza humana nos direciona a adotar um comportamento de sobrevivência. Tendemos a evitar riscos e buscar caminhos seguros, que historicamente mostraram-se eficientes, mesmo sabendo que não serão mais tão efetivos. Tive, recentemente, a oportunidade de trabalhar em um veículo, numa posição de liderança para a América Latina, o que me ajudou a ter um olhar mais completo do nosso mercado – fui anunciante por 25 anos e tive também experiências como agência e consultor. O medo da mudança inevitável disparou esse “modo sobrevivência”, acentuando alguns comportamentos que acredito precisamos refletir – a seguir aponto quatro deles: Juniorização: a interlocução entre veículos, agências e anunciantes atualmente é levada por uma nova geração, que merece e deve ter mais espaço, porém ainda pouco preparada para discutir negócios e comunicação. Verbas flutuantes: um bom briefing, necessariamente, deve acompanhar uma verba definida. Isso talvez soe óbvio, mas acompanhei muitos briefings, enquanto veículo, sem verba definida. Ou pior, com pedidos de uma solução simples, uma média e uma épica. Muito difícil propor algo vencedor sem saber o tamanho do apetite do cliente. Receio de desafiar: como anunciante, sempre apreciei agências ou veículos, que entendendo sobre meu negócio, desafiavam meus briefings e pedidos. Isso fazia nossa relação crescer. Com o tempo, ligava para discutir potenciais soluções com eles. Os tratava como “sócios de negócios”. Vejo um medo latente, atualmente, em desafiar e correr risco de perder verba ou a conta. Por fim, o último e mais importante ponto, título desse artigo – tenha sempre claro qual é o problema de seu negócio! Tanto para quem escreve o briefing, quanto para quem o recebe. Ter essa clareza é fundamental na busca e avaliação de potenciais soluções. Uma ideia brilhante que não está conectada ao negócio tem cada vez menos tração. A comunicação sexy tem perdido espaço para a estratégia que soluciona e impacta o negócio. Lembrando que desafios genéricos já recheiam os briefings, tais como, crescer o negócio, diferenciação do concorrente e ser conhecido, entre outros. Um problema de negócio real deve ser preciso, tangível e, se resolvido, desbloqueia crescimento econômico. Como veículo participei de várias reuniões em que ouvia silêncio, quando perguntava qual era o problema de negócios a ser resolvido. A criatividade e a comunicação são instrumentos poderosos, mas devem estar a serviço de solucionar problemas reais de negócios. Alexandre Waclawovsky é associado na ModuloLab & Amélie Consulting wacla71@yahoo.com jornal propmark - 29 de julho de 2019 25

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