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edição de 3 de junho de 2019

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prêmios Clube de Criação lança 43º Anuário e busca reflexão sobre criatividade Com direção de arte de Rodrigo Castellari (F/Nazca S&S), publicação, que tem capa de “luto”, traz o melhor do mercado brasileiro no ano Felipe Turlão Clube de Criação lançou, O na semana passada, o 43º Anuário do Clube de Criação, no primeiro evento oficial realizado na nova sede da entidade, em São Paulo. O conceito A criatividade está morta. Longa vida à criatividade foi explorado pelo trabalho de direção de arte do publicitário Rodrigo Castellari, diretor de criação da F/Nazca Saatchi & Saatchi. A publicação tem a cor preta, em luto por causa da “morte da criatividade”. A ideia é convidar o mercado a pensar sobre o momento de profundas transformações na indústria da comunicação. “O conceito do livro é buscar uma reflexão de todos. Estamos em um momento de uma grande mudança de paradigmas para quem está em agência. É um contexto diferente de dez anos atrás, há uma virada no ar. Estamos reaprendendo a fazer e creio que não nos encontramos direito ainda. Por isso, é momento de colocar a bola no chão e começar de novo”, afirmou Castellari. Ele se refere às mudanças trazidas pelo digital e redes sociais, bem como a regras que “não ajudam em nada”. “O que fazemos é uma crítica não a pessoas ou empresas específicas, mas a este momento, em que estamos aprendendo juntos a lidar com essa dificuldade para conseguir viabilizar ideias e fazer a criatividade vingar”, resume. Os criativos criticam ainda amarras às grandes ideias, em formatos predefinidos. “A criatividade não pode viver em caixas. Estamos reaprendendo tudo de novo, e isso pode tornar tudo mais comum na publicidade. Mas precisamos sair do modo de segurança e assumir o valor da criatividade”, diz Castellari. A melhor ideia do ano, com Rodrigo Castellari e Fernando Nobre: publicação tem a capa preta, em luto por causa da “morte da criatividade” “precisamos sair do modo de segurança e assumir o valor da criatividade” Alê Olveira Estrela Preta do Anuário, é Stranger Broadcast, de Netflix, que concorreu na categoria Branded Content. “Foi escolhida porque tem muitas ousadias e coragens. É uma marca de streaming usando TV aberta para se comunicar. Não é fácil colocar uma ideia de pé hoje em dia, e convencer tantos players”, diz Fernando Nobre, presidente do Clube de Criação. Como já havia sido anunciado, foram distribuídos 11 prêmios de ouro ao todo, para ações de AlmapBBDO, Lew’ Lara, CP+B, David, J. Walter Thompson, Tribal São Paulo, R/ GA e Grey. A AlmapBBDO liderou o ranking geral com 29 troféus, sendo cinco de ouro, 14 de prata e dez de bronze. “As grandes ideias têm uma capacidade de sobreviver, e, em meio a novas tecnologias e canais, vemos ótimos trabalhos registrados no livro, pelo quadragésimo terceiro ano seguido. Mas reconhecemos que vivemos uma fase de transição, de não saber lidar com uma ou outra coisa. E a criatividade tem a possibilidade de virar esse jogo, entender essa rapidez trazida pelo mundo digital e redes sociais”, afirma Nobre. “É um momento de muitas mudanças e estamos tentando nos adaptar. Mas a criatividade tem uma força grande para se reinventar, e o Anuário mostra isso. O conteúdo do livro é mais uma prova de que quanto mais se tenta assassinar a criatividade, mais precisamos celebrá- -la. Afinal, é ela nossa principal arma de resistência”, completa Castellari. Um dos pontos sobre a criatividade destacados por Nobre e Castellari é a força de ações com coragem. “A criatividade é vital, capaz de atravessar o tempo, mesmo sendo tão atacada por medos, mediocridades, fórmulas, falsos profetas e tudo mais”, analisa Nobre. 32 3 de junho de 2019 - jornal propmark

eyOnd the line AndreyPopov/iStock O futuro está no equilíbrio Muitos não estão nem aí para a última moda, preferindo curtir valores mais nobres Alexis Thuller PAgliArini Na semana passada, tive a chance de liderar um exercício muito interessante e importante para o setor MICE (Meetings, Incentive, Conferences, Exhibitions). Foi o Think Tank Futuro MICE, organizado pela EventoFacil. Perto de 40 líderes do setor, entre clientes, gestores de agências e demais players do segmento, participaram de um esforço coletivo concentrado de reflexão sobre o futuro. Resistimos às delícias do Royal Palm, num sabadão ensolarado, para a dedicação de um dia inteiro de estudos, discussões e dinâmicas para chegarmos aos insights que serão apresentados no dia 5 de junho, na abertura do Congresso Mice Brasil, em São Paulo. Chegamos a uma dúzia de macro-insights, nos quais estou trabalhando para um relatório que será apresentado e debatido no evento. Mas um deles se sobressaiu: equilíbrio. Não foi de todo surpreendente para mim. Já no Cannes Lions do ano passado, presenciamos diversas discussões, em palestras e painéis, que redundavam na busca pelo equilíbrio. Depois de uma overdose de tecnologia – AI, VR, AR, Big Data, IoT, Learning Machines e outros que tais – presente nas edições anteriores, em 2018 o festival refletiu um desejo de equilíbrio, principalmente aquele entre a tecnologia e os valores humanos. E o nosso Think Tank da semana passada, naturalmente, destacou esse equilíbrio como algo previsível para o futuro próximo e mais ainda para as próximas décadas. Apareceu a figura do pêndulo: quando “puxamos” demais para um lado (no caso, a tecnologia), há naturalmente um movimento contrário, na busca pelo equilíbrio. Mas não foi só em relação à tecnologia e aos valores humanos que apareceu a balança do equilíbrio. Foi também entre o virtual e o presencial, entre a individualidade e a coletividade e até nas relações entre clientes e agências, um tanto quanto estressadas pela atitude leonina de alguns clientes. Como contraponto ao famigerado FOMO (Fear of Missing Out – Medo de se perder algo) apareceu o JOMO (Joy of Missing Out – Prazer em se perder algo). Muito disseram: “Eu não vi Game of Thrones e me sinto bem por isso”. Muitos já não aguentam mais a ditadura de precisar estar a par de tudo, de conhecer a última ferramenta que surgiu na semana passada. Muitos não estão nem aí para a última moda, preferindo curtir valores mais nobres e duradouros. Mais tal discernimento e serenidade têm muito a ver com outro ponto que também se sobressaiu no brainstorming coletivo que fizemos: educação. Não só aquela ligada ao conhecimento – que é, sim, de vital importância –, mas, principalmente, a educação holística. Aquela que tem a ver com o respeito mútuo, com a intolerância com o preconceito e o desrespeito aos valores humanos. A que traz a paz entre as pessoas, mesmo entre aquelas de posições e interesses contrário. E aí bateu um baixo-astral entre aqueles que analisavam esse importante ponto em relação ao nosso combalido Brasil. Talvez o maior prejuízo ocasionado pela má administração governamental no Brasil dos últimos anos tenha sido o atraso na educação. E não dá para falar de futuro sem falar da educação. E a pergunta que ficou no ar foi: conseguirá o Brasil pegar o bonde do desenvolvimento humano e econômico sem tirar o atraso da educação? A resposta é difícil, já que não se percebe um movimento claro nesse sentido. Uma frase de William Gibson foi apropriadamente usada no relatório de um dos grupos do estudo: “O futuro já chegou. Só está mal distribuído”. Mas apareceu também a esperança. A esperança de que prevaleça o bom senso e a boa vontade de se correr para eliminar esse incômodo gap entre o Brasil e os países mais desenvolvidos. Mas, para isso, precisamos – voltamos ao ponto inicial – do equilíbrio. Que a previsão dos meus colegas de estudo esteja certa e o futuro venha com muito equilíbrio. Alexis Thuller Pagliarini é superintendente da Fenapro (Federação Nacional das Agências de Propaganda) alexis@fenapro.org.br jornal propmark - 3 de junho de 2019 33

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