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edição de 4 de julho de 2016

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opinião Alê Oliveira

opinião Alê Oliveira onde está Wally? E a publicidade? EmmanuEl Publio Dias foto dos “Partners” da edição de 2016 A do Cannes Lions diz mais sobre o que é hoje o Festival de Cannes que o restante deste texto. É mais fácil achar Wally entre estes mais de 100 logotipos do que empresas da velha e boa propaganda, que costumavam ser as estrelas do Palais até bem pouco tempo atrás. Quase nenhuma agência, muitos veículos (melhor, plataformas); alguns anunciantes globais e inúmeras empresas de tecnologia, redes sociais, comércio eletrônico, produção digital, inovação, tudo que hoje faz o ecossistema de nosso negócio que, não faz tanto tempo, a gente definia pelo tripé básico (anunciante, agência, veículo) e a imprescindível ajuda dos fornecedores e produtores. Mas, ao contrário do que parece, a publicidade continua sendo a alma de todos os infinitos negócios que se veem no Palais e ao longo de toda a Croisette. Apenas não usa mais a antiga fórmula do processo de comunicação tradicional que supõe um emissor, um canal, um receptor e um feedback. A publicidade hoje, como a vemos em Cannes, é uma atividade multiplataforma, cujo principal objetivo é fazer parte da vida das pessoas, seja criando histórias, propósitos, produtos, serviços reconhecidos como algo de valor e importante para estas pessoas, seja proporcionando entretenimento e diversão. Não é à toa que os sempre antenados organizadores de Cannes incluíram várias atividades de puro entretenimento em sua programação e o recém-criado Lions Entertainement. Realidade virtual e cenas gravadas em 360º são as grandes apostas tecnológicas do setor, que trarão um impacto tão grande para a comunicação publicitária quanto a computação gráfica no último quarto do século passado. Agora, além de viabilizar infinitas possibilidades de criar um ambiente real ou virtual, a tecnologia lhe coloca dentro da cena, transformando o story telling num story living. Cannes não poderia nos dar melhor oportunidade de entender isso: obras de Salvador Dali estavam em exposição “A premiAção cresceu tAnto quAnto o festivAl” na Malmaison da Croisette. E você podia passear por dentro dos quadros do pintor surrealista espanhol graças à tecnologia da VR. O que isso vai mudar em termos de entretenimento, publicidade e relacionamento com marcas e produtos é uma história fantástica que começou a ser contada neste ano em Cannes. A publicidade, portanto, continua onde sempre esteve, só que cada vez mais complexa, tecnológica e... criativa. Toda essa tecnologia seria inútil, se não houvesse mentes criadoras, inovadoras e ambiciosas para produzir algo realmente fantástico, que mereça ganhar um Leão. E como distribuidor de Leões, o festival não deixa por menos: agora são quatro Festivais, 25 diferentes categorias e centenas de subcategorias, cada qual com seus Leões de bronze, ouro, prata e bronze. Seguramente mais de mil Leões foram distribuídos ao longo de nada menos de sete cerimônias de premiação. Quando vim ao festival pela primeira vez, o Brasil festejava muito por ganhar 15 ou 20 Leões. Este ano foram mais de 90. O Leão do Festival de Cannes já não vale mais? Está banalizado? Na minha opinião, a premiação cresceu tanto quanto o festival, que, por sua vez, cresceu tanto quanto o negócio da publicidade, que já não cabe mais nos cinco andares e anexos do Palais, extrapolou para os jardins em volta e na praia. Do Majestic até o Martinez, todos os hotéis e restaurantes de praia foram transformados em locais de exposição, conteúdo e network de marcas mundiais da comunicação. O “fringe” do Cannes Lions tem centenas de locais num raio de 500 metros do Palais, incluindo algumas dezenas de luxuosos yachts transformados em hospitality centers de produtoras, países e empresas de comunicação. Sem saudosismo: as marcas que aparecem no pôster dos “partners” do festival (que não encerram todas as que estão ativas por lá) são as novas fronteiras do mercado, onde cabem todos e, principalmente, em que o talento, a criatividade e a inovação continuam sendo as moedas mais valiosas. Wally está vivo e presente, como sempre. Emmanuel Publio Dias é vice-presidente corporativo da ESPM epubliodiass@espm.br 24 4 de julho de 2016 - jornal propmark

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