Views
5 years ago

edição de 4 de março de 2019

  • Text
  • Mulheres
  • Brasil
  • Tecnologia
  • Mercado
  • Anos
  • Ainda
  • Propmark
  • Jornal
  • Marketing
  • Campanha

especial dia da mulher

especial dia da mulher Fotos: Divulgação “o volume de informações atual é tão grande Que é importante ter essa visão do todo e conseguir lidar com diversas Questões simultaneamente” Andreia Santos: “Vejo ventos de mudança” Maria Eugênia Lucchesi: não há diferença de perspectivas Brasil, é a única mulher de uma equipe de quatro pessoas na FCB, mas destaca que seu time é integrado à mídia, que possui liderança feminina. Karyne trabalhava com e-commerce e foi se aproximando naturalmente da área de BI, aproveitando uma oportunidade oferecida dentro da agência, há cerca de dois anos. Feudos Publicitária de formação, Laura Dias, da NBS, conta que começou sua carreira em marketing digital, de onde foi ingressando numa “zona cinzenta” chamada “análise de dados”, quando ou se era de humanas ou de TI, feudos que não se misturavam. Neste ambiente desafiador, se especializou em pesquisa digital, web analytics e netnografia, agregando inúmeros outros skills como análises estatísticas, processamento, modelagem de banco, armazenamento, lógica de programação e assim por diante. Passou por inúmeras situações de “mansplaining”, mas conseguiu aos poucos provar seu conhecimento, ganhando respeito de seus pares. Ela lidera um time diverso com advogados, cientistas políticos, matemáticos, em que 50% são mulheres. “Todos são um incentivo e uma inspiração pra mim, mas tenho de admitir que sinto muito orgulho em ter uma mulher à frente justamente da vertical de Math’n’Tech”, diz. Carolina Santos, da Africa, migrou do planejamento estratégico para o Pulse, área de inteligência de dados da África, onde lidera hoje um time de 15 pessoas formado por 70% de mulheres, e admite que em alguns momentos de sua carreira teve de ser “mais enfática” nos seus pontos, como ela diz, para ser respeitada e ouvida, pois viveu inúmeras situações intimidadoras - como reuniões compostas 99% por homens, interrupções de fala e piadas de mau gosto. Já Paloma Uribe, cientista de dados da AlmapBBDO, migrou da economia para os dados, e entrou na publicidade valendo- -se da experiência em modelos preditivos. Passou pelo CRM e começou a atuar em BI em performance de marketing digital, “um mundo novo dentro das agências” que gera insights estatisticamente significantes e modelos preditivos. Já para Raquel Scrivano, diretora de operação Kolab e diretora de BI da WMcCann, a tecnologia entrou em pauta quando atuava no marketing interativo da Coca-Cola, e se aprofundou quando após o convite para trabalhar na área de BI da marca (Kolab), da qual assumiu a liderança em 2015, após dois anos como head de BI. Seu time tem cerca de 31 pessoas, sendo 60% mulheres. Existe um olhar feminino e de novidade na área de Tech? É uma questão polêmica, pois muitas profissionais preferem descartar eventuais “vantagens de gêneros”. Marcela, da Jüssi, por exemplo, afirma que o termo “olhar feminino” reforça o mito de que as mulheres possuem algo em sua genética que as faz agir de maneira mais emocional, cuidadosa e amável diante das situações, comparadas aos homens. “Isso não existe e não é a minha opinião. É ciência: estudos feitos em 2015 derrubaram essa hipótese”, diz, ressaltando que a diversidade de equipes - que passa por outras questões para além do gênero -, esta sim, é boa para o negócio. E isso estudos Raquel Scrivano: bem mais difícil encontrar mulheres também comprovam. Aline, da Ogilvy, concorda que o mercado Tec se beneficia da diversidade de olhares, visões, opiniões e experiências, pois trabalha com inovação e soluções que podem mudar estilos de vida. clichês Carolina Santos, da África, também acredita que homens e mulheres têm as mesmas habilidades e capacidades de expressar emoções. Mas aponta que são os condicionamentos desde pequenos que os levam para caminhos diferentes - e para conhecidos clichês. Maria Eugênia Lucchesi, BI de Social Media da Talent Marcel, que não vê diferença de olhar ou perspectivas, afirma que o que diferencia homens de mulheres são as oportunidades que o mercado disponibiliza, fazendo com que mulheres, frequentemente, tenham de se esforçar mais para se sobressaírem. Patrícia, do Grupo Dan, também não acredita em skills femininos, mas em diferentes perfis que hoje trazem para a tecnologia novidades e referências fora do “padrão TI”. Para algumas profissionais, no entanto, mulheres trazem elementos novos para uma área tradicionalmente dominada por homens, como o olhar mais humanizado, ou a perspectiva mais detalhista, por exemplo. “São características notadamente mais femininas. Então acabamos trazendo-as para o dia a dia da nossa atuação em tecnologia”, reconhece Andreia, da Lew, Lara. Mariana Villas Bôas, da Sapient AG, fala que o equilíbrio entre os gêneros é fundamental para todas as áreas da comunicação. E também aponta que as mulheres são multifacetadas e trazem naturalmente a expertise humana - fundamental para qualquer estratégia. Paloma, da Almap- BBDO, afirma que se o que a ciência fala está certo - que as mulheres são mais multitarefas e criativas, pois usam mais o lado direito do cérebro - considera maravilhosas essas habilidades no mundo de tecnologia. “O volume de informações atual é tão grande que é importante ter essa visão do todo e conseguir lidar com diversas questões simultaneamente”, conclui. 50 4 de março de 2019 - jornal propmark

LEONARDO ARAUJO Natália Rocha não chegou ao cargo de gerente sênior das soluções de marketing do LinkedIn para América Latina à toa. A executiva é um grande exemplo de mulher bem-sucedida no mercado da tecnologia. “Comecei como estagiária em uma consultoria de recrutamento e meu trabalho era basicamente usar o LinkedIn o dia inteiro”, explica. Na sequência, a profissional conseguiu um segundo estágio na IBM na área de marketing. Pouco depois, recebeu a oferta do LinkedIn, onde está há mais de cinco anos. Para Natália, a participação das mulheres no mercado digital tem aumentado, mas poderia ser melhor. Mencionando um estudo da ONU Mulheres, a gerente comenta que de todos os programadores brasileiros, apenas 17% são mulheres. “Em compensação, já temos dados positivos, como o de que o número de mulheres envolvidas em negócios com até três anos e meio de atuação no mercado alcançou 15,4%, enquanto o segmento masculino somou 12,6% de participação (Global Entrepreneurship Monitor e Sebrae). O setor de tecnologia também evoluiu muito nas contratações de mulheres – hoje ocupamos 20,6% dos cargos de chefia, de acordo com um estudo do próprio LinkedIn em 2018. Se o mundo da tecnologia ainda é machista, Natália pondera. “Não sei se a palavra seria ‘machista’, porque isso varia de empresa para empresa e, consequentemente, de cultura para cultura. Mas ele é, com certeza, desigual”, explica. “Apesar de termos mulheres incríveis na história da tecnologia, como a inventora do algoritmo (Ada Lovelace) e da tecnologia precursora do wi-fi e celulares (Hedy Lamarr), elas deixaram em algum momento de ser proespeciAl diA dA mulher Agir como protagonista deve ser arma no combate à desigualdade Natália Rocha, gerente sênior das soluções de marketing do LinkedIn, analisa os desafios do gênero no mercado da tecnologia e revela dados Natália Rocha: “Promovemos discussões, eventos e debates sobre o universo feminino” tagonistas”, lamenta. Segundo estudo da CA Technologies de 2018, apenas 8% das vagas de desenvolvedores de todo o mundo e 11% dos cargos executivos das empresas de tecnologia no Vale do Silício são ocupados por profissionais do sexo feminino. “Isso se deve a dois motivos principais: o não estímulo do setor à contratação delas e às próprias mulheres, que, infelizmente, sentem falta de confiança na hora de se candidatar em vagas da área. No setor de tecnologia ligada a softwares, o LinkedIn mapeou, em 2018, que para cada mulher da área, 4 homens se aplicaram a uma Divulgação “Por que não Podemos aPrender algo em uma Posição nova? Temos de esPerar anos Para nos candidaTar a uma Posição de alTo nível?” vaga e 5,9 aceitaram um InMail (comunicador do LinkedIn) com uma proposta de emprego”, explica. Para Natália, é preciso ter confiança para alcançar boas posições. “Viajo bastante e nunca me senti desrespeitada ou inferiorizada, nem lá nem cá. Sabemos que a desigualdade de gênero existe, mas temos de agir como protagonistas para conquistar nosso espaço. Uma pesquisa da HP, de 2015, mostrou que mulheres só se candidatam a um cargo quando têm certeza de que possuem 100% das habilidades requeridas, enquanto os homens já se aplicam quando acham que cumprem 60% dos requisitos. Por que não podemos aprender algo em uma posição nova? Temos de esperar anos para nos candidatar a uma posição de alto nível?”, questiona. Como integrante desses debates, o LinkedIn se esforça para promover a igualdade. “Trabalhamos em diversas frentes no nosso escritório no Brasil. A primeira iniciativa que posso destacar é que temos um comitê formado por mulheres, chamado Women at LinkedIn”. O grupo promove discussões e eventos sobre temas relacionados ao universo feminino. “O RH ainda tem um contato direto com esse comitê, promovendo pesquisas de clima, fazendo reuniões e entendendo como trazer mais mulheres para papéis de liderança”, explica Natália. “Estimulamos também o desenvolvimento de porta- -vozes mulheres, e não só homens, para diversas áreas de atuação da empresa, seja com a imprensa ou participação em eventos. Em relação à maternidade, além da licença, temos uma sala de amamentação em nosso escritório e estimulamos que mães (e até mesmo pais) vivenciem a vida de seus filhos nas mais diversas fases”, finaliza. jornal propmark - 4 de março de 2019 51

edições anteriores

© Copyright 2022 PROPMARK. Mídia especializada no mercado publicitário. Todos os direitos reservados.