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edição de 5 de março de 2018

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espeCial dia da mulher

espeCial dia da mulher Cosmopolitan completa 45 anos com abordagem 100% feminina Antiga revista Nova segue rompendo barreiras ao tratar de sexo e comportamento, e sobre como esses assuntos se relacionam Mariana zirondi Especial para o ProPMarK Como dizer adeus ao homem que você amou?. Essa era uma das chamadas que estampavam a revista Nova Cosmopolitan, do Grupo Abril, em 1973, lembrando que a Lei nº 6.515, conhecida como Lei do Divórcio, é de 1977. O que fazer com um homem sexualmente egoísta era uma preocupação de 1975, em plena ditadura militar, com poucas mulheres no mercado de trabalho. Em 1979, um destaque que, no mínimo, quebraria a internet em tempos atuais: Aborto: os métodos, os perigos, as opções. Em 1995, Bissexualidade: será que somos mais versáteis do que imaginamos?. Falar sobre o que as mulheres precisavam saber, mas ainda não se sentiam confortáveis o bastante para conversar naturalmente, foi o que impulsionou a Nova a ser “a revista da mulher livre”. Há 45 anos, a publicação se consagrou como uma fonte de informações sobre os assuntos que sempre foram latentes na sociedade, mas que poucos se atreveram a tocar. E ela fez história se rotulando como “divertida, ousada e feminina” e de um jeito leve, ainda hoje, informa para leitoras fiéis que o mundo está cheio de escolhas e cada um faz as que bem entender. À frente da publicação, Cristina Naumovs conta que, logo que assumiu o comando da revista, recebeu um e-mail de uma leitora. Nele, ela afirmava ter se sentido à vontade para enviar uma mensagem porque Cristina “não parecia uma diretora de redação”. O estereótipo das chefes das revistas femininas talvez tenha criado um mundo distante entre as leitoras e as jornalistas por um certo tempo, mas o grupo no WhatsApp em que Cristina conversa diariamente com as Cristina Naumovs: “Essa revista é sua melhor amiga” leitoras parece ser a prova de que essa barreira foi quebrada. “Hoje essa revista é a sua melhor amiga. Se você me perguntar por que eu gosto de trabalhar nesse lugar, é basicamente pelas leitoras. Fazemos a diferença na vida dessas meninas e é um jornalismo que ainda importa. São pequenas mudanças na vida das mulheres todos os dias”, comenta. A Nova virou Cosmopolitan em 2015. Mesmo que já carregasse o título desde que chegou ao Brasil, ela passou a adotar o logotipo usado em todo o mundo. Ao ser questionada sobre o que efetivamente mudou, Cristina explica que as emblemáticas matérias que seguem o estilo “100 maneiras de enlouquecer um homem na cama” passaram a ser algo pessoal, de como a mulher pode ter prazer sexual e se satisfazer em todos os sentidos. “Não somos uma revista ‘você tem de’. A gente conta as possibilidades, mas você não tem de nada. Estamos aqui dando ferramentas e opções”, diz. E não é fácil estar nesse ambiente bombardeado diariamente por inúmeras informações, movimentos e lideranças discutindo assuntos que envolvem o feminismo e seus desdobramen- Transição capilar de Ludmilla foi a capa de dezembro tos. “O mundo não é para principiantes”, ela diz, e é por isso que a edição do mês de março, tão emblemático para as revistas, vai falar sobre um tema que a Cosmopolitan é popularmente conhecida como especialista: o sexo, e como ele se relaciona com o movimento feminino. “Falar para não convertidos” é o que a revista faz, se referindo a mulheres reais, que até mesmo não entendem o que o feminismo significa. E isso é bem importante, explica Cristina, pois as mulheres têm o direito de escolher o seu jeito de viver. “O movimento [feminista] não pode oprimir ninguém e essa nova onda é recente, todos estão experimentando. Queremos que saibam quando existe uma relação abusiva porque ter consciência é o primeiro passo para você entender se quer mudar ou não sua situação”, explica. Esse posicionamento auxilia também na construção dos projetos e no tão almejado relacionamento com as marcas. Afinal, as publicações impressas vivem um período de adaptação, em que a mulher da banca é diferente da mulher digital, mas todas procuram por um conteúdo relevante. Um case recente exemplifica Fotos: Divulgação a atuação da redação em parceria com o ABC (Abril Branded Content). No mês de dezembro, Ludmilla foi capa da edição e mostrou o resultado da sua transição capilar pela primeira vez. A Cosmopolitan acompanhou durante 12 meses o processo de recuperação do cabelo crespo da cantora e registrou todas as etapas vividas por ela. Em parceria com a marca de cosméticos Salon Line, a publicação fechou um pacote com uma sobrecapa publicitária em que a celebridade contou sua experiência. “Esse foi o nosso branded content, com dicas práticas, algo que fez total sentido para a nossa leitora. Quando as marcas dizem que estão sem verbas para os projetos, gostamos de dizer que elas, na verdade, têm dinheiro, só precisam decidir o que fazer com ele. A publicidade precisa ser verdadeira e, neste caso, mostrou que realmente Ludmilla passou por isso usando aquele produto. Foi um sucesso”. Com leitoras tão engajadas, os anúncios tradicionais também ganham uma atenção especial. Caso o conteúdo seja ofensivo ou a marca esteja envolvida em alguma polêmica, não existe espaço publicitário para ela. “As conversas devem ser duras, mas esse cuidado é necessário. Demoramos 45 anos para construir uma reputação e não podemos colocar tudo a perder por falta de responsabilidade”. Mesmo com o digital fortalecido, Cristina não acredita no fim do impresso. “O conteúdo precisa ser relevante e vai se aprimorar nos próximos cinco anos. O diálogo está cada vez mais honesto e as relações entre marcas e veículos já vêm com transparência. Vamos achar um caminho e, mesmo que ele mude, ainda vai ser impresso”, afirma. 50 5 de março de 2018 - jornal propmark

especial dia da Mulher Montadoras estimulam melhoria por igualdade de gêneros no setor Pesquisa aponta que elas ainda enfrentam diferenças no segmento, mas cenário está mudando aos poucos, com iniciativas das companhias JÉSSICA OLIVEIRA De 2013 a 2017, aumentou de 15% para 17% a participação feminina nas empresas automotivas. Esta é uma das conclusões da pesquisa Presença Feminina no Setor Automotivo, levantamento do Automotive Business em parceria com a MHD Consultoria em 2017 e apresentado no 1º Fórum Presença Feminina no Setor Automotivo, em fevereiro. A participação da mulher também cresceu na liderança das empresas entrevistadas, com aumento de 52,7% no número de colaboradoras em cargos de diretoria entre 2013 e 2017. Mas o número absoluto ainda é pequeno. São 84 mulheres diretoras e, em posições de vice-presidência e presidência, segue com 17 mulheres. O relatório final será divulgado no fim de março. Paula Braga, diretora de Automotive Business e líder do projeto, explica que foram questionadas as empresas associadas ao Sindipecas (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores) e à Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). O objetivo é gerar conhecimento sobre a participação da mulher no setor automotivo e ter informação para discutir e fomentar a diversidade. “Queremos mapear mais a fundo, mas percebemos que as montadoras já estão se mexendo”, comenta. A pesquisa também mostrou que velhos e conhecidos problemas ainda precisam ser corrigidos. Apesar de mais escolarizada, a mulher ganha menos. Das empresas participantes, 37% das mulheres têm ensino superior e 8% especialização, enquanto entre os homens, os números são 23% e 6%, respectivamente. E há diferença salarial desde o início da carreira, chegando a até 33,8% na vice- -presidência e na presidência. A Mulheres ainda enfrentam desigualdade em montadoras, mas cenário está mudando desvantagem supera a apontada em 2016 pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), que indicou que as mulheres ganham 16% a menos do que os homens globalmente. Em contrapartida, o estudo verificou que 86% das empresas participantes afirmam ter alguma iniciativa para equilibrar tudo. As principais citações foram de programas de SolStock/iStock “Queremos mapear mais a fundo, mas percebemos Que as montadoras já estão se mexendo” inclusão e não discriminação de diversidades; jornada flexível de trabalho; capacitação de gestores e colaboradores para igualdade de oportunidades e respeito a diversidades; e benefícios, creches ou outros apoios à primeira infância. Uma das iniciativas é o Women@Renault, coordenado no Brasil por Vanessa Colturato, gerente de projetos industriais na Renault do Brasil. O projeto nasceu em 2010 e tem um plano de recursos humanos com gestão dos talentos e a implementação de uma rede social interna à empresa que já conta com mais de 4.500 integrantes no mundo e redes em 12 países. Um comitê com homens e mulheres de cada setor acompanha indicadores como evolução do percentual de mulheres em cada nível hierárquico, objetivos anuais para a contratação de mulheres por área E taxa de conversão de estagiárias e gestoras. De 2012 a 2015, aumentou 30% o número de colaboradoras na Renault; nos cargos de chefia, 50%, de 2010 a 2015. A Ford também está atenta ao desafio, com o PWN (Professional Women Network), um comitê liderado por mulheres com participação de homens e o objetivo de entender as peculiaridades da vida feminina e tornar o ambiente melhor. Claudia Reichel, diretora de importação e exportação da Ford Brasil, participa do PWN, que tem quatro áreas: comunicação (liderado por ela), desenvolvimento profissional, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e networking. As reuniões de acompanhamento são mensais. Entre as atividades há palestras com relatos e ideias de mulheres de vários segmentos. “Não é só ter o mesmo número de mulheres na liderança, mas a certeza de que estamos preparando as mulheres para terem condições de crescer. Nosso objetivo é ser inclusivo”, conta. jornal propmark - 5 de março de 2018 51

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