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edição de 8 de julho de 2019

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editorial Armando

editorial Armando Ferrentini aferrentini@editorareferencia.com.br Mãos à obra Cannes Lions 2019 já passou, o Brasil foi novamente um dos mercados O mais premiados na mais importante competição da comunicação publicitária mundial e, agora, mais que antes, é chegada a hora de os anunciantes se conscientizarem de que na força da publicidade pode residir a solução para o aumento de vendas. A multiplicidade de meios, somada à inegável capacidade dos profissionais da propaganda brasileira, pode representar o disparo para a saída de mais um período de crise econômica em nosso país. Já estamos no segundo semestre do ano e a principal meta do novo governo que teve início em 1º de janeiro começa a dar sinais do seu atingimento, com a aprovação pela Comissão Especial da Reforma da Previdência do relatório apresentado pelo deputado Samuel Moreira, do PSDB de São Paulo, alcançando 36 votos favoráveis e apenas 13 contrários. Por outro lado, a confissão do ex-governador Sergio Cabral (MDB), do Rio de Janeiro, perante a Justiça Federal do seu estado, revelando o esquema de compra de votos para o Brasil (Rio) ter sido escolhido para sediar os Jogos Olímpicos de 2016 põe a nu uma vez mais um escândalo que pode até mesmo nos envergonhar perante o mundo, mas que demonstra um país mudando de postura diante dos grandes crimes praticados por agentes do próprio governo, com a conivência, é bom que se diga, de membros do Comitê Olímpico Internacional, que “venderam” seus votos a favor de o Brasil sediar os Jogos Olímpicos de 2016. Se mais uma vez um ilícito dessas proporções nos envergonha perante o mundo, a revelação do crime e a devida punição aos responsáveis fortalecem a ideia de que, finalmente, o país está se compenetrando de que o crime realmente não compensa. Mais cedo ou mais tarde do que se pensa, os chamados crimes do colarinho-branco são denunciados, tendência que contribui para a possível diminuição dos mesmos. O leitor pode imaginar a péssima repercussão em um primeiro momento dessa delação, perante o lado sério de outros países e, aqui dentro mesmo, perante os anunciantes que patrocinaram os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, ou compraram direitos de uso da famosa marca do evento, dando-se agora conta da tramoia havida para trazer o evento para o nosso país. Se o passado não pode ser mudado, o futuro tende a ficar comprometido quando outros eventos de caráter internacional como o dos Jogos Olímpicos, ainda que inferiores em prestígio e importância, proporcionarem aos seus responsáveis a ideia de realização em nosso país. Esse tipo de mal que a bandidagem oficial de plantão, em momentos de decisão da escolha do país-sede, proporciona a nações como a nossa adquire contornos muitas vezes irreversíveis, carimbando-nos como não credores de confiança no planeta, como largamente fazia questão de alardear Charles de Gaulle, primeiro presidente da Quinta República Francesa, durante o que se convencionou chamar de “guerra das lagostas”. Torcendo para que o episódio agora revelado pelo ex-governador do Rio, Sergio Cabral, com o intuito de não apenas reduzir a sua pena, dentro das regras da delação premiada, como também não ir sozinho para o cadafalso político e até civil, talvez tenha sido um dos últimos do “velho” Brasil acostumado a esses trambiques oficiais, cuidemos de reforçar a tese de que realmente estamos mudando. Para isso, torna-se dos mais importantes o instrumental da comunicação, ajudando a melhorar o desempenho da economia dentro do país e – o que temos repetido aqui inúmeras vezes desde quando assumiu o novo governo – contribuindo para que esse mesmo governo que nela demonstra não confiar mude de postura e passe a entender que a comunicação é aquilo que você faz dela. Vale para os governos, vale para as empresas, ambos verificando nesta altura do ano que a pior decisão sobre o tema (comunicação) é pouco praticá-lo, ainda que sempre praticá-lo bem. *** Nesta edição, matéria sobre o lançamento da versão 2018/2019 da mais tradicional premiação da publicidade brasileira, o Colunistas. Nascido há décadas através do entusiasmo de um grupo de jornalistas pioneiros no tema propaganda, o Colunistas – com base inicial no eixo Rio-São Paulo – alastrou-se rapidamente por todo o país, revelando inclusive para muitos publicitários da época (meados dos anos 1960), que o Brasil publicitário não se limitava apenas ao famoso eixo. Essa constatação obrigou os seus organizadores a expandir regionais da premiação, aos poucos alcançando com elas todo o país. Nada mais justo e eficaz para uma propaganda que sendo boa não era reconhecida nos principais mercados internos brasileiros devido principalmente ao fato dos seus anunciantes, em sua grande maioria, serem ainda regionais. Alguns deles, graças sem dúvida aos investimentos cada vez mais possíveis na sua comunicação, acabaram tornando-se de caráter nacional, um dos fatores de relevância para as agências igualmente regionais que os atendiam. A história da expansão publicitária em nosso país de dimensões continentais deve-se também ao fenômeno representado pela pioneira TV Tupi, que superando as dificuldades técnicas próprias da época conseguiu ser vista através das unidades locais e das retransmissoras, pouco a pouco, em todo o território nacional. A expansão da Tupi em muito contribuiu para a expansão do produto final publicitário, proporcionando aos telespectadores das mais diferentes regiões brasileiras tomarem conhecimento da propaganda criada e muitas vezes até produzida nos quatro cantos do país. Na mídia impressa, esse conhecimento se fazia com crédito principalmente à revista semanal O Cruzeiro, igualmente do Grupo Chateaubriand (Associados), com exemplares da sua tiragem semanal levados às principais cidades brasileiras, através dos voos de carreira de companhias aéreas que já não mais existem, mas cuja existência foi heroica, com o Brasil a elas muito devendo. *** Destaque nesta edição para a matéria com o Cenp Meios, que planeja ampliar a amostra de medição de mídia para 200 agências. A propósito do Cenp, presidido por Caio Barsotti, ele e sua valorosa equipe têm muito contribuído para o aumento da segurança na aplicação e retorno das verbas pelos anunciantes do nosso mercado. A valorização da atividade publicitária no Brasil deve muito a essa entidade. *** Recordar é viver: o mercado publicitário brasileiro tradicionalmente investe 40% do bolo publicitário nacional no primeiro semestre e os demais 60% no segundo. A conferir, torcendo muito. *** Por último, mas não menos importante, imperdível a entrevista nesta edição com Nelcina Tropardi, a nova presidente da ABA (Associação Brasileira de Anunciantes). A expansão da entidade nestes últimos tempos tem merecido aplausos gerais do mercado. Eles vão aumentar na gestão de Nelcina Tropardi, a se deduzir pela sua entrevista ao PROPMARK. jornal propmark - 8 de julho de 2019 3

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