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edição de 9 de janeiro de 2017

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mÍDIA O mercado mobile

mÍDIA O mercado mobile ampliou de forma exponencial, impulsionado pelo crescimento na penetração de smartphones, redes mais velozes e o mundo dos apps iPhone faz dez anos e protagoniza revolução na plataforma mobile Na época do lançamento do primeiro smartphone, a Apple criou mais do que um telefone inteligente: ela transformou vários setores da indústria Claudia Penteado Nesta segunda-feira (9) comemoram-se os dez anos de lançamento do iPhone, primeiro smartphone da Apple. O que se celebra, no entanto, com a entrada da Apple no segmento dos telefones inteligentes (que àquela altura ainda estava engatinhando), é uma verdadeira revolução na economia moderna iniciada na palma da mão. A Apple lançou mais que um smartphone: criou um objeto de desejo para a maioria da humanidade, que ajudou a transformar muitas indústrias: a de software, a da música, a da publicidade. E ampliou para patamares antes inimagináveis o poder de comunicação entre as pessoas. Existe um mundo antes e outro depois do iPhone da Apple. Na última década, o mercado mobile ampliou de forma exponencial, impulsionado pelo crescimento na penetração de smartphones, redes mais velozes e o mundo dos apps. “Não vejo um único fator sendo o mais importante e, sim, a soma de todos, que fizeram aparecer novos mercados, novos serviços e novas soluções com o crescimento das redes sociais, economia compartilhada e métodos de distribuição. O segmento da música deu uma guinada, o de filmes também e o de games descobriu no mobile um canal de distribuição poderoso. Grandes empresas, algumas das maiores do mundo, surgiram na última década e outras grandes não conseguiram acompanhar as mudanças. O mercado de publicidade teve - e está tendo - de se reinventar a cada ano com novas possibi- lidades tecnológicas, mas principalmente devido ao mobile virar preferência de acesso da maior parte dos consumidores”, diz Rafael Magdalena, presidente do Comitê de Mobile do IAB Brasil. PrImórDIos Curiosamente, o termo smartphone foi cunhado na década de 1990, e o conceito de telefones inteligentes - aparelhos móveis com funções alternativas além da simples execução de chamadas - foi criado pela alemã Frog Design em 1983 e apre- 16 9 de janeiro de 2017 - jornal propmark

sentado, quem diria, à Apple Computers em primeiro lugar. Que não se interessou pelo projeto. Em 1994 veio o primeiro smartphone da história: o IBM Simon Personal Computer, aparelho com função de assistente pessoal e funções como agenda, recebimento de e-mails, um cartão de memória de 1MB. Em 2000, surgiu o primeiro aparelho efetivamente denominado smartphone: o Ericsson R380. Depois vieram inúmeros modelos: o Blackberry 957, por exemplo, nasceu em 2001. O iPhone chegou efetivamente ao mercado americano no dia 29 de junho de 2007, 20 dias depois do histórico anúncio feito por Steve Jobs, então presidente e fundador da Apple. Ao anunciar o iPhone, Jobs declarou que de tempos em tempos surge um produto revolucionário, que modifica tudo. De cara, o que ele apresentou de revolucionário foi a interface totalmente touchscreen e o conceito de stevanovicigor/iStock loja de aplicativos. Seu design acompanhava a história dos produtos da Apple: era belo, simples, e facílimo de usar. Seu sistema operacional era o mesmo dos computadores da Apple, com possibilidades semelhantes de atualização. O iPhone foi anunciado como três produtos em um: um iPod widescreen com controles touch, um “celular revolucionário” e um comunicador de internet inovador. “Hoje a Apple reinventou o telefone”, anunciou Jobs, sob aplausos e assovios de uma entusiasmada plateia. Irônico, ele brincou com os smartphones existentes no mercado, não tão “smart” e ou simples de usar, cheios de botões e limitações. Mais fino que qualquer outro aparelho, com uma tela grande e a possibilidade de usar os dedos no seu comando multitouch, o iPhone carregava o sofisticado software OSX, que lhe deu o status de um minicomputador com possibilidades únicas de áudio, vídeo e dados. munDo mobIle O iPhone, com sua interface simples e novas possibilidades de uso, transformou o celular definitivamente em mídia. Depois dele, todos os celulares caminharam em direção ao mundo colorido do touch screen e dos aplicativos. “O iPhone mudou tudo. Transformou o celular em um device de mídia e marketing. O mobile vai representar mais de 30% do total do investimento em marketing nos próximos anos. Como consumidor, é meu melhor amigo”, disse Greg Stuart, CEO da Mobile Marketing Association nos Estados Unidos. O número de celulares em uso no mundo passou de 7 bilhões, sendo que 50% da média global de usuários web mobile usam o celular como meio primário ou exclusivo para acessar a internet. A Cisco prevê que em 2020 haverá mais pessoas no mundo com celulares do que com eletricidade, água e automóveis. Em cinco anos haverá 11,6 bilhões de celulares, dispositivos e conexões no mundo, incluindo 8,5 bilhões de telefones pessoais. Deles, 67% serão “inteligentes”. Mundialmente, pela primeira vez em 2016, os investimentos em mobile marketing superaram aqueles em mídia online no desktop - o segmento superou investimentos de US$ 100 milhões, compondo uma fatia de 51% do mercado publicitário digital global, segundo dados do eMarketer. Vídeo, estratégias com geolocalização, deep links em anúncios, apps com anúncios, mídia nativa em mobile e conteúdo mobile first para marcas estão entre as tendências do efervescente mobile marketing no mundo hoje. Mike Reynolds, diretor de mobile e vídeo do Internet Advertising Bureau em Londres, afirma que se no início o iPhone era privilégio de quem podia pagar, agora cerca de um em cada três habitantes do Reino Unido possuem um iPhone. “O iPhone levou smartphones ao mercado de massa, e rapidamente se tornou o mais pessoal dos devices, aquele que as pessoas não vivem sem. Claro que isso trouxe desafios: com as audiências mobile crescendo, editores têm tido dificuldade de monetizar seus recursos mobile, bem como anunciantes em criar estratégias que atraiam seus consumidores. A boa notícia é que a maré está mudando e estamos vendo cada vez mais campanhas premiadas com o mobile no centro”, diz. Segundo ele, com a chegada da era da Internet das Coisas e da tecnologia wearable, o papel do celular tende a se ampliar. “Não vejo um úNico fator seNdo o mais importaNte e, sim, a soma de todos, que fizeram aparecer Novos mercados” “O celular é o que conecta os pontos entre todas essas coisas e se tornará o controle remoto que dará vida a tudo isso, o que tende a fortalecer a relação das pessoas com seus smartphones. Mais do que nunca, mobile se consolidará como essencial para as estratégias de marketing das marcas”. no brAsIl Hoje, no Brasil, o mobile ocupa dois em cada três minutos e os aplicativos correspondem a mais da metade do tempo dedicado ao digital, segundo estudo da comScore Media Metrix no Brasil. O tempo digital nunca foi tão grande quanto hoje, e é liderado pelo consumo em smartphones. Segundo o estudo, o total de tempo digital triplicou desde 2014, com o mobile crescendo mês a mês e hoje sendo responsável por 67% do total de tempo navegado pelos brasileiros. Cada vez mais o engajamento cai no desktop e sobe em mobile: as audiências mobile representam uma contribuição cada vez maior para o total da audiência digital. O consumo feito através do mobile já representa a maior parte de categorias-chave no Brasil como mídias sociais, busca, tecnologia e varejo. A imensa maioria do consumo de mídias sociais (70%) é feita através de apps para smartphones. O desempenho das categorias música e rádio se destacam no mobile em relação ao desktop: os usuários investem em média 98 minutos em sites/ apps de música como Google Play, Spotify, SoundCloud. O Facebook tem cerca de 71 milhões de brasileiros ativos por dia via mobile. Segundo um estudo da Mobile Marketing Association, os Millennials são, disparado, os que mantêm a relação mais assídua com os celulares, valendo-se do dispositivo em todos os momentos de ócio. Sua média diária de conexão é de cerca de 3 horas e 57 minutos. A média gasta no Brasil, de uma maneira geral, na internet pelo celular, é de 3 horas e 14 minutos. No Brasil, a Apple não domina o mercado de smartphones, mas o de tablets. Cerca de 83% dos smartphones no país são do sistema Android, com as marcas Samsung e Motorola dominando a cena. O consultor Simon Sinek costuma comparar a relação com o celular e com as redes sociais a vícios como a bebida, o cigarro e o jogo. Ganhar likes e receber mensagens representa dopamina pura injetada na veia. “A conturbada adolescência costuma ser a época em que as pessoas se tornam viciadas em relacionamentos virtuais, e esses adolescentes se tornarão adultos com pouca ou nenhuma capacidade de estabelecer relações significativas e profundas com pessoas no mundo real. A falta de equilíbrio no uso de devices e redes sociais é um problema”, destaca. A psicóloga Lillian Stephan comenta uma nova questão que o uso de celulares trouxe para os consultórios de terapia: a Nomofobia, o vício em celular, que acomete tanto jovens quanto adultos e se caracteriza, basicamente, como uma dependência absoluta do celular, e a fobia de ficar sem ele. “Essa dependência tem ligações com baixa autoestima, depressão, isolamento, atitudes antisociais, timidez e solidão”, explica Lilian. Veja a seguir, na página 18, a opinião de profissionais a cerca do iPhone. jornal propmark - 9 de janeiro de 2017 17

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